Logomarca

Um jornal a serviço do MS. Desde 2007 | Domingo, 28 de Abril de 2024

Agronegócio

Sindicato projeta queda de 25% na produtividade; prejuízo de R$ 462 milhões

Se confirmada a expectativa do Sindicato Rural 'quebra' de 25% na produtividade, de 69,06 para 48,36 sacas por hectare, serão colhidas 848.750 toneladas.

Redação/Região News

07 de Março de 2024 - 14:23

Sindicato projeta queda de 25% na produtividade; prejuízo de R$ 462 milhões
Colheita de soja. Foto: Arquivo/Região News.

Com pouco mais de 51% da área plantada colhida, o cenário que se avizinha é a queda de 20% na produção de soja de Sidrolândia. Se confirmada a expectativa do Sindicato Rural "quebra" de 25% na produtividade, de 69,06 para 48,36 sacas por hectare, serão colhidas 848.750 toneladas, ante a colheita na safra passada acima de 1 milhão de toneladas (1.059.496,65). Mesmo com esta redução, este resultado seria o terceiro resultado da série histórica iniciada em 2004.

Em termos financeiros, tomando como referência o preço da soja a R$ 98,00 a saca, a redução da produtividade de 69,06 para 48,46 (perda de 17,25 sacas) significará um prejuízo de R$ 462,3 milhões.

O presidente do Sindicato Rural, Paulo Stefanello, contesta a estimativa de uma quebra de 13,49% (perda de quase 10 sacas por hectare), o que significaria um prejuízo de R$ 249,1 milhões. "Este cálculo não reflete a evolução da colheita. Em minha lavoura, a quebra foi de 50%.” Argumenta Stefanello.

Já na propriedade de Claiton Straube, que planta 300 hectares na região do Capão Seco, projeta redução de 30% na produtividade com a expectativa de colher 57 por hectare. A queda da produtividade decorre de questões climáticas, volume de chuva insuficiente e altas temperaturas no período de desenvolvimento da planta.

Medidas

Em duas semanas devem ser anunciadas medidas, antes do fim da colheita da safra de grãos, para minimizar impactos do clima e do mercado na produção agropecuária neste ano.

Nesta safra foram cultivados em Mato Grosso do Sul cerca de 4,2 milhões de hectares de soja e a estimativa de produção é de 54 sacas por hectare. Para reduzir o impacto do prejuízo está prevista a prorrogação de parcelas de investimentos com vencimento em 2024 e a disponibilização de linha de capital de giro em dólar via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) com carência de dois anos e prazo de três anos para pagamento.

Há R$ 28,1 bilhões que passíveis de prorrogação. Uma das propostas discutidas é jogar a parcela de investimento deste ano para o fim do contrato ou redistribuí-la nas prestações restantes, com a manutenção das condições iniciais de juros.

“A primeira medida que a equipe está estudando é a renegociação das parcelas de investimento que vão vencer nesse ano pagando juros e parcelando para frente ou colocando no último ano do vencimento do contrato, dependendo do prazo e também novas linhas de crédito em dólar para que o produtor possa rodar a sua atividade”, explica o governador Eduardo Riedel.

O secretário-executivo da Semadesc, Rogério Beretta avaliou as medidas como positivas. “É uma forma de minimizar as perdas que os produtores já estão vivendo com a safra de soja, que está perto dos 60% concluída no Estado”, pontuou lembrando que a estimativa é que sejam colhidas 12,5 milhões de toneladas de soja neste ano, abaixo dos 15 milhões de toneladas do ano passado.

Para o presidente da Câmara Setorial da Soja, André Dobashi as medidas são um esforço do Governo para atender o setor produtivo. “Muito mais do que falar de medidas que mitigam os problemas da estiagem, da crise no setor. O que temos percebido lá na Câmara Setorial é que o governo quer uma linha direta entre a produção e o Ministério da Agricultura. Não só para demandas como a redução dos prejuízos com a estiagem, mas também de demandas em relação a incremento produtivo, a tecnologia e a sustentabilidade”, complementou.