Economia
Mercado projeta rombo de R$ 149 bilhões nas contas do governo em 2018
Com isso, os economistas preveem que a meta de déficit primário, de até R$ 159 bilhões para este ano, será cumprida.
G1
15 de Fevereiro de 2018 - 09:57
Os economistas de instituições financeiras reduziram de R$ 153,94 bilhões para R$ 149,18 bilhões a previsão para o déficit primário do governo neste ano, informou o Ministério da Fazenda nesta quinta-feira (15).
O valor do déficit estimado pelo mercado está abaixo da meta, ou seja, do teto para o rombo nas contas públicas previsto para 2018, que é de até R$ 159 bilhões. Assim, para os analistas, o governo vai conseguir cumprir a meta fiscal.
A expectativa consta no mais recente levantamento mensal feito pela Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda, divulgado dentro do chamado "Prisma Fiscal".
Para 2019, o mercado financeiro baixou de R$ 120,96 bilhões para R$ 119 bilhões a previsão para rombo das contas públicas. A nova estimativa segue abaixo da meta fiscal do governo para o ano que vem, que é de déficit primário de até R$ 139 bilhões.
O déficit acontece quando os gastos do governo superam a arrecadação com impostos e tributos. Como se trata de déficit primário, a conta não considera as despesas do governo com o pagamento de juros da dívida pública.
Reequilíbrio das contas
Nos últimos anos, a dificuldade do governo em atingir a meta fiscal esteve relacionada com o baixo nível de atividade da economia, que ainda se recuperava de um cenário recessivo. Essa situação se refletia na arrecadação do governo.
Entretanto, no decorrer de 2017, a economia começou a se recuperar e isso começou a impulsionar a recuperação das receitas, contribuindo para melhorar também os resultados das contas públicas, assim como as receitas extraordinárias e de "royalties" do petróleo.
Para a retomada da confiança na economia brasileira e a melhora do nível de atividade econômica, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, tem dito que é importante reequilibrar finanças do Brasil.
O governo já conseguiu aprovar no Congresso uma proposta de emenda constitucional que institui um teto para os gastos públicos por um período de 20 anos e defende ainda a reforma da Previdência Social - que o governo busca viabilizar a votação no Congresso Nacional.
Recentemente, para tentar assegurar a obtenção da meta fiscal, anunciou um bloqueio de R$ 16,2 bilhões no orçamento deste ano. Esse bloqueio inicial de gastos representa o menor valor desde 2008, pelo menos. De 2008 até 2017, o contingenciamento nunca ficou abaixo de R$ 19,4 bilhões.
Sete anos de contas no vermelho
Se o cenário para as contas públicas previsto pelo governo se concretizar, serão pelo menos sete anos consecutivos com as contas públicas no vermelho.
O governo vem registrando déficits fiscais desde 2014. Em 2015, o rombo, de R$ 114,9 bilhões, foi recorde e gerado, em parte, pelo pagamento das chamadas "pedaladas fiscais" - repasses a bancos oficiais que estavam atrasados e, em 2016, somou R$ 154 bilhões. No último ano, somou R$ 124 bilhões.
Para 2018, 2019 e 2020, a meta é de rombos bilionários nas contas públicas. A previsão da equipe econômica é que as contas voltem ao azul somente a partir de 2021.