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Esporte

Wanderson destaca trabalho de Love na Turquia: "Abriu portas para brasileiros"

Contratado para ocupar vaga do atacante no Alanyaspor busca dar continuidade ao legado do compatriota: "A responsabilidade é grande. Ele tem muita moral no clube"

Globo Esporte

17 de Fevereiro de 2018 - 09:58

Com a saída de Vágner Love, o Alanyaspor, da Turquia, foi ao mercado em busca de um substituto para o artilheiro. O escolhido para a missão foi Wanderson do Carmo. Brasileiro, 31 anos e goleador em ligas da Europa. O novo reforço do Alanyaspor conversou com exclusividade com o GloboEsporte.com e abriu o jogo sobre sua carreira, expectativa e o momento da equipe. O time está na 14ª colocação do campeonato nacional e enfrenta o Fenerbahce no próximo sábado. 

Ainda pouco conhecido no Brasil, Wanderson tem obtido bons números na Europa há alguns anos. Substituir Love não será tarefa fácil, já que o novo jogador do Besiktas balançou as redes 34 vezes nas 44 partidas que fez pelo Alanyaspor. Wanderson reconhece a dificuldade, mas promete empenho e falou sobre a importância de Love para a sequência de brasileiros na Turquia.

A responsabilidade é grande. Ele (Love) tem muita moral no clube. Vou trabalhar forte e dar o melhor. O Love abriu as portas para os brasileiros aqui. Inclusive, a minha chegada se dá por indicação dele mesmo. Agora também chegou o Douglas (atacante que estava no Al-Ain, do Emirados Árabes). Vamos fazer de tudo para manter o time na primeira divisão, que é o objetivo deste ano.

O atacante chegou na Europa em 2007 para jogar pelo GAIS, da Suécia. Ficou no clube até 2010, quando foi emprestado ao Al-Ahli, da Arábia Saudita, e retornou ao GAIS em 2011. Durante esses quatro anos, Wanderson foi artilheiro do Campeonato Sueco em 2009, com 18 gols, e ainda eleito melhor jogador do país em 2010.

Chegou na Rússia em 2012 para viver o melhor momento da carreira. Foi contratado pelo então recém-fundado FC Krasnodar. Wanderson se tornou o maior artilheiro da história do clube, com 46 gols em 146 partidas.

Pessoalmente foi um período maravilhoso para mim. Sou o maior artilheiro do clube e chegamos na final da Copa da Rússia em 2014. Infelizmente perdemos para o Rostov nos pênaltis, mas em termos individuais fui muito bem – avaliou.

No ano passado, Wanderson trocou o Krasnodar pelo Dínamo de Moscou, mas teve problemas com a diretoria do clube e optou por sair quando chegou a proposta do futebol turco. Estabilizado no Velho Continente, não cogita voltar a morar no Brasil.

Não volto. Sempre quis ficar na Europa e penso em encerrar a carreira por aqui. Na minha cabeça, a qualidade de vida pesa para ficar na Europa. Eu e minha esposa temos duas filhas (Sofia, 6, e Ayla, 4) e aqui se vive mais tranquilo. Não tem a correria e a confusão do Brasil.

Com poucas oportunidades no Brasil, o atacante cearense viu no mercado europeu a chance de realizar o sonho de ser jogador de futebol.

Eu tinha duas opções: jogar em equipes menores do estado ou ir para o exterior. O início é complicado. Fui para Suécia, fiquei longe da família, mas graças a Deus hoje já está todo mundo junto e feliz. No elenco tinham brasileiros e portugueses. Isso facilitou muito a adaptação – lembrou.

Confira os outros trechos da entrevista com Wanderson:

Chegada à Turquia e condicionamento físico:

Foi tudo muito correndo. A negociação foi fechada no último dia da janela. Mas deu tudo certo. Ainda estou abaixo fisicamente porque na Rússia estávamos em pré-temporada. Na estreia joguei apenas alguns minutos para voltar aos poucos. Preciso de treinos.

Diferença entre o futebol russo e brasileiro:

O futebol russo é muito duro, usa muita força. Os jogadores fortes. No Brasil joga-se mais solto. O jogador tem mais liberdade, enquanto na Rússia tem que cumprir obrigação tática.

Expectativa dos russos para a Copa do Mundo:

Muito grande. Só se fala da Copa do Mundo. Como a Rússia não pegou um grupo tão forte, eles têm esperança de chegar na segunda fase. O que tem preocupado mais é o racismo. Tem muitos casos de gestos racistas nas torcidas. Graças a Deus nunca aconteceu comigo, mas é algo frequente.

Todo mundo fala que a seleção brasileira está bem trabalhada agora. Todos falam que o Brasil chega forte. Na Rússia ninguém conhecia o Tite. Queriam saber quem é. Só agora estão vendo o trabalho dele.