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Sidrolandia

Por economia, Marcelo atrasa contratação de assistentes e prejudica alunos especiais

Em praticamente todas as escolas há cadeirantes, autistas, alguns com problema de coordenação, déficit de atenção e limitação intelectual. A situação foi constatada pelos vereadores Vilma Felini e Valdecir Carnevalli, que estiveram na Escola Pedro Aleixo.

Flávio Paes/Região News

28 de Fevereiro de 2018 - 07:00

Professores e pais de alunos com necessidades especiais estão indignados com a decisão do prefeito Marcelo Ascoli, que por medida de economia, adiou para 1º de março a contratação dos assistentes de sala, embora as aulas tenham começado no último dia 15. Este pessoal, contratado como estagiário, recebendo em torno de R$ 400,00 por jornada de 4 horas, dá suporte ao trabalho do professor regente com esses estudantes. Em praticamente todas as escolas há cadeirantes, autistas, alguns com problema de coordenação, déficit de atenção e limitação intelectual.

A situação foi constatada pelos vereadores Vilma Felini e Valdecir Carnevalli, que estiveram na Escola Pedro Aleixo. Eles testemunharam também a superlotação das salas de aulas, contrariando a resolução do Conselho Municipal de Educação. Numa sala de aula onde deveriam estar 25 alunos, já que há um cadeirante, foram matriculados 36.

A mãe de uma aluna do 8º ano, que é bipolar e tem problema de coordenação, diz que ela tem faltado aula porque sempre teve a ajuda da assistente de sala e não consegue o mesmo aproveitamento. A irmã gêmea dela, que tem Síndrome de Dow, desistiu de estudar, preferiu manter sua rotina diária de atividades na APAE.

Uma das alunas prejudicadas é Emily Bonfim Camargo, 9 anos, estudante do 4º ano da Escola Pedro Aleixo, que é cadeirante, sequela de uma doença crônica de nome complicado, paralisia cerebral com artrite plegia mista. Na edição de 2017 da exposição agropecuária ela disputou e venceu o concurso de princesinha.

Na Escola Porfiria do Nascimento, uma das salas de 3º ano, com 39 estudantes, 4 alunos deles especiais, dividindo um espaço quente, sem ventilador. Não há cortina nas janelas para reter os raios solares. Em 2017, havia sete assistentes de sala.

A própria presidente do Sindicato dos Professores, Maristela Stefanello, na sua rotina de trabalho na Escola Valério Carlos da Costa, tem alunos especiais, mas não está contando com ajuda do assistente. Na Escola Olinda, há salas com 42 alunos, também sem assistente.

Os professores, que por medo de represália pedem para não serem identificados, criticam a falta de qualificação dos assistentes, “muitos deles apadrinhados políticos, que além de não ter preparo, simplesmente fazem corpo mole nem querem saber de trabalhar”, desabafa um educador. "A Secretaria de Educação não tem nenhum setor específico, com pessoal qualificado, para tratar da educação especia"l.