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Policial

Empresas investigadas pelo Gaeco prometiam lucro de 100% a investidores, aponta MP-MS

Segundo investigação, o negócio tinha características de pirâmide financeira e a mineração de criptomoedas não ocorria desde o fim do ano passado.

G1

17 de Abril de 2018 - 14:56

Empresas investigadas pelo Gaeco prometiam lucro de 100% a investidores, aponta MP-MS

As empresas investigadas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e que foram alvo de buscas nesta terça-feira (17), tanto em Campo Grande como em São Paulo, prometiam lucro de 100% aos investidores, conforme afirmou o promotor do Ministério Público Estadual (MPE-MS), Luiz Eduardo Lemos.

A investigação já ocorre há quatro meses e aponta que muitos investidores não vinham sendo remunerados desde o final do ano de 2017, quando parou de minerar de criptomoeda. Houve, em um primeiro momento, a denúncia da Comissão de Valores Imobiliários, ressaltando o público lesado e pedindo providências, momento em que uma ação civil pública foi ajuizada.

"As pessoas que não tinham dinheiro suficiente para investimento faziam o recrutamento de outras para investirem e ganhariam com isso. Já os investigadores, recebiam a promessa dos ganhos em torno de 100% do valor investido", comentou o promotor.

Houve ao todo buscas nos escritórios de três empresas e também na residência dos investidores. "Vamos analisar toda a documentação apreendida, cartão de crédito e até uma possível dissolução das empresas. Ao menos 50 mil clientes atuam nestas empresas espalhadas pelo Brasil", ressaltou Lemos.

G1 tenta contato com todas as empresas investigadas e recebeu apenas a nota de uma delas.

Veja o conteúdo na íntegra:

"Diante da operação deflagrada pelo Ministério Público Estadual na manhã desta terça-feira, em Campo Grande (MS), a Minerworld informa que não é, nem nunca foi, uma pirâmide financeira. A empresa foi, sim, vítima de uma fraude na exchange americana Poloniex, em outubro do ano passado, no valor total de 851 bitcoins - cerca de R$ 23, 8 milhões pelo câmbio de hoje, 17 de abril de 2018. Desde então, a Miner passou a ter dificuldades para realizar seus pagamentos em dia. Todos os demais esclarecimentos serão prestados em juízo".

Entenda o caso

O Gaeco deflagrou a operação por volta das 6h (de MS), em Campo Grande e também em São Paulo. São ao todo 8 mandados de busca e apreensão, expedidos pela Vara de Direitos Difuso e Coletivos da capital sul-mato-grossense, em ação civil pública proposta pela 43ª Promotoria de Justiça do Consumidor.

A ação foi batizada de Lucro Fácil, com foco em combater a formação fraudulenta de pirâmide financeira, por meio do fornecimento de suposto serviço de “mineração de bitcoins". Os policiais estiveram, dentre outros locais, nas sedes das empresas Mineworld, Bit Ofertas e Bitpago, em Campo Grande e São Paulo, além das residências dos respectivos sócios.