Economia
Espaço para baixar tributo sobre combustível é 'muito reduzido', diz Guardia
Declaração ocorre após protestos de caminhoneiros em meio à alta do diesel.
G1
22 de Maio de 2018 - 13:00
O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, afimou nesta terça-feira (22) que o espaço nas contas públicas para baixar tributos sobre os combustíveis é "muito reduzido".
Guardia fez a declaração após reunião com o presidente da Petrobras, Pedro Parente, e o ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, para tratar da disparada no preço dos combustíveis que vem gerando protestos de caminhoneiros pelo país.
Após o encontro, Parente disse a jornalistas que não haverá mudança na política da empresa para o reajuste dos combustíves, que pode ocorrer diariamente e segue a cotação do petróleo no mercado internacional e a variação do dólar.
A afirmação de Guardia nesta terça difere um pouco da feita por ele em entrevista ao G1 publicada no dia 11 de maio. Na ocasião, o ministro disse que não havia possibilidade neste ano de o governo abrir mão de parte da arrecadação de impostos para conter a alta de preço dos combustíveis, devido à situação das contas públicas.
Assessores do presidente Michel Temer afirmaram ao Blog do Valdo Cruz que o governo analisa outras alternativas para tentar conter a alta dos combustíveis: redução dos tributos cobrados sobre o produto e medidas para garantir repasse de reduções de preços nas refinarias aos consumidores.
O ministro da Fazenda afirmou que ainda nesta terça o governo vai fazer novas reuniões para discutir o aumento no preço dos combustíveis. Ele ressaltou, porém, que até o momento não há nenhuma decisão tomada envolvendo combustíveis.
"Não há nenhuma decisão tomada sobre esse tema", disse ele a jornalistas.
Ainda de acordo com Guardia, em nenhum momento o governo solicitou à Petrobras a mudança na política da empresa para o reajuste no preço dos combustíveis.
"Apenas solicitamos ao presidente Pedro Parente que viesse aqui para trazer mais informações sobre esse tema e, se e quando tiver uma decisão, vamos comunicar. Não tem nenhuma decisão tomada sobre esse tema. Em nenhum momento pedimos alteração da politica de preços da Petrobras", afirmou Guardia.
A política, que prevê reajustes com maior frequência, inclusive diariamente, refletindo as variações do petróleo e derivados no mercado internacional e também a oscilação do dólar, começou a valer em 3 de julho do ano passado.
Em maio, já foram anunciadas 10 altas e 5 quedas no preço do litro do diesel. No caso da gasolina, foram 12 altas, 2 quedas e uma estabilidade.
Os reajustes ocorrem em meio à disparada no preço do petróleo no mercado internacional e na cotação do dólar em relação ao real.