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Brasil

Decreto vai autorizar uso de forças federais contra a paralisação dos caminhoneiros, diz governo

Integrantes das forças federais envolvidos na operação poderão assumir o controle dos veículos para desbloquear estradas.

G1

25 de Maio de 2018 - 14:33

O governo informou que um decreto será assinado nesta sexta-feira a fim de viabilizar o emprego das forças federais para desbloquear rodovias fechadas pelo movimento dos caminhoneiros.

O anúncio do uso das forças federais– que segundo a assessoria do Planalto inclui Forças Armadas, Polícia Rodoviária Federal e Força Nacional de Segurança – foi feito pelo presidente Michel Temer em pronunciamento no Palácio do Planalto.

O governo informou que já entrou em contato com governadores, para que as polícias militares também sejam utilizadas na operação para desbloquear rodovias estaduais

Em razão da paralisação, faltam alimentos em supermercados e combustível em postos de gasolina. O transporte coletivo em diversas cidades foi afetado, indústrias pararam atividades e voos começaram a ser cancelados por falta de combustível nos aeroportos.

O decreto será ainda publicado nesta sexta, em uma edição extra no “Diário Oficial da União”. Mesmo assim, as Forças Armadas já estão mobilizadas, mas vão esperar a publicação para iniciar a operação.

Segundo o governo, a prioridade é desbloquear as rodovias para garantir abastecimento de combustível em seis aeroportos e duas termelétricas. Entre os aeroportos, estão Brasília, Recife, Congonhas, Confins e Porto Alegre.

A ordem será liberar todas as estradas, inclusive os acostamentos.

Segundo informações do governo, caso algum caminhoneiro não queria retirar o caminhão da rodovia, os militares que estivem atuando na operação poderão assumir o controle dos caminhões e dirigir os veículos.

Além disso, os caminhoneiros que resistirem à desocupação poderão ser presos e multados.

Está prevista para a tarde desta sexta-feira uma entrevista coletiva do Ministério da Segurança Pública a fim de explicar como será feita a operação de desbloqueio das rodovias.

A Polícia Federal investiga "a associação para prática de crimescontra a organização do trabalho, a segurança dos meios de transporte e outros serviços públicos".

Confaz

Durante a reunião do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), que decidiu por uma redução extra de R$ 0,05 no preço do diesel, o presidente Michel Temer defendeu sua decisão de convocar Forças Armadas, Força Nacional de Segurança e Polícia Rodoviária Federal para dar fim à greve dos caminhoneiros e liberar as estradas.

Para Temer, a população esperava “uma palavra dessa natureza”.

“Assim como nós tivemos coragem do diálogo, nós temos a coragem de exercer autoridade. E eu estou colocando todas as forças federais para garantir a livre circulação e, naturalmente, o abastecimento do país. Eu acho que o país esperava uma palavra dessa natureza”, declarou o presidente.

Ele afirmou que o governo federal está acompanhando a greve dos caminhoneiros desde o início, porque “desde logo, desde a deflagração do movimento, percebemos a gravidade desse movimento”.

Temer avaliou que a greve “está atingindo seu pico no dia de hoje” e que diante do quadro, foi preciso adotar a medida.

O presidente disse ainda aos secretários estaduais de Fazenda que participavam da reunião que está entrando em contato com os governos estaduais para garantir a normalização das estradas.

"Como os senhores vão voltar para os seus estados, eu já me comuniquei com vários governadores, estamos falando com vários governadores, para que eles também ajudem, com seus instrumentos de segurança, a regularização do transporte nessas regiões. Se não assegurarem, as forças federais assegurarão”, declarou.