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Sidrolândia

Produtores de urucum esperam recursos para implantar entreposto de armazenagem e produzir tempero orgânico

A produção de urucum é muito rentável com valor médio de R$ 7,00 o quilo; em 2017 chegou a R$ 10,00.

Flávio Paes/Região News

21 de Junho de 2018 - 16:43

Produtores de urucum esperam recursos para implantar entreposto de armazenagem e produzir tempero orgânico

Os 100 assentados  de Sidrolândia que estão se dedicando a cultura e que devem colher já nesta safra 20 toneladas de urucum, têm projeto ambicioso que depende do apoio do poder público para ser levado adiante. Segundo dona Marlene Biel, que há três anos descobriu a cultura como alternativa viável e desde então se dedica a sua expansão no município, o urucum precisa ser reconhecido como atividade típica da agricultura familiar sidrolandense e com isto, os produtores poderão elaborar projetos e buscar financiamento de linhas de crédito do Pronaf.

Em outra frente, ela busca apoio de parlamentares para garantir recursos que garantam a construção de um barracão para armazenagem da safra, servindo de entreposto para a indústria parceira (a Urucum Brasil) receber e levar para São Paulo a produção que comprar dos assentados.

Hoje, este entreposto é improvisado na varanda da casa de dona Marlene no Assentamento Alambari/Fetagri. Também está sendo pleiteada a compra de um equipamento para limpeza e beneficiamento das sementes de urucum. O projeto inclui a instalação de uma cozinha industrial para fabricação de tempero orgânico, com utilização do urucum, numa forma de agregar valor à produção.

Da semente do urucum é extraída uma substância chamada bixina, que é usada como colorífico e corante nas indústrias alimentícias, farmacêuticas, têxteis, de cosméticos e de perfumarias. A demanda por esses produtos no mercado está em alta desde que a Organização Mundial de Saúde (OMS) propôs o uso limitado de corantes sintéticos, principalmente nos alimentos, para evitar eventuais ações cancerígenas.

A produção de urucum é muito rentável, com valor médio de R$ 7,00 o quilo, mas em 2017, chegou a R$ 10,00, quando a demanda aumentou .“Com um hectare é possível produzir 2,5 toneladas e faturar até R$ 14 mil por safra, além de ser uma cultura que não dá muito trabalho, pois é resistente ao solo, ao clima e não tem muitas doenças”, comenta.

Além da correção do solo com calcário, é necessário fazer três aplicações anuais de adubação, na proporção de 0,50 grama por aplicação em cada planta. No primeiro ano começa a produção, com produtividade entre 500 gramas e 1 kg, podendo chegar a 7 quilos ao prazo de cinco anos.