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Economia

Vendas do varejo caem 0,6% em maio, impactadas pela greve dos caminhoneiros, diz IBGE

Comércio varejista cresceu 2,7% em relação a maio de 2017 - 14ª taxa positiva seguida; no ano, varejo acumulou alta de 3,2%.

G1

12 de Julho de 2018 - 08:37

Vendas do varejo caem 0,6% em maio, impactadas pela greve dos caminhoneiros, diz IBGE

As vendas do comércio varejista brasileiro caíram 0,6% em maio na comparação com o mês imediatamente anterior, segundo divulgou nesta quinta-feira (12) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Como o comparativo é com ajuste sazonal, praticamente descontou o avanço de 0,7% registrado no mês anterior. Foi a primeira queda do ano.

Na série sem ajuste sazonal, o comércio varejista cresceu 2,7% em relação a maio de 2017. Foi a 14ª taxa positiva seguida. Assim, o varejo acumulou alta de 3,2% no ano. O acumulado nos últimos 12 meses cresceu 3,7%, mantendo-se estável em relação a abril (3,7%) e prosseguindo em trajetória ascendente iniciada em outubro de 2016 (-6,8%).

De acordo com a gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, Isabella Nunes, a queda no mês de maio tem relação direta com a greve dos caminhoneiros. Todas as atividades do comércio tiveram perdas naquele mês, à exceção de hipermercados e supermercados.

“Não significa dizer que não houve impacto no abastecimento dos supermercados. Mas esse impacto foi maior no estoque dos hortifrutigranjeiros. Os estoques de não perecíveis são maiores”, apontou.

Dados do varejo em maio:

  • Taxa no mês: - 0,6%
  • Acumulado do ano: 3,2%
  • Acumulado em 12 meses: 3,7%

Considerando o comércio varejista ampliado, que inclui as atividades de Veículos, motos, partes e peças e de Material de construção, o recuo foi de 4,9%, interrompendo sequência de quatro meses seguidos de crescimento, com Veículos e motos, partes e peças recuando 14,6%, enquanto Material de construção caiu 4,3%, também como reflexo da greve dos caminhoneiros.

Na comparação com abril, seis das oito atividades investigadas tiveram queda. As mais intensas foram:

  • Livros, jornais, revistas e papelarias (-6,7%)
  • Combustíveis e lubrificantes (-6,1%)
  • Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-4,2%)
  • Tecidos, vestuário e calçados (-3,2%)
  • Móveis e eletrodomésticos (-2,7%)
  • Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-2,4%).

A única atividade que mostrou avanço na passagem de abril para maio foi Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,6%), enquanto em Outros artigos de uso pessoal e doméstico (0,0%), as vendas ficaram estáveis.

“Temos que lembrar que o supermercado comercializa itens de primeira necessidade, que você não pode deixar de consumir. Além disso, as compras nos supermercados sofrem o efeito de substituição. Se não tem batata, você compra outro produto. E também, o próprio período da greve trouxe certa precaução para a população, que acabou fazendo estoque de alguns produtos com medo do desabastecimento”, diz Isabella.

Em relação a maio de 2017, a taxa positiva foi sustentada por apenas três das oito atividades que compõem o varejo, com destaque para:

  • Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (8%)
  • Outros artigos de uso pessoal e doméstico (6,9%)
  • Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (4,5%).

Por outro lado, ainda que positivo, o resultado de maio teve predomínio de taxas negativas entre as atividades, com cinco das oito pressionando negativamente a formação da taxa global:

  • Combustíveis e lubrificantes (-7,9%)
  • Móveis e eletrodomésticos (-6,1%)
  • Tecidos, vestuário e calçados (-3,6%)
  • Livros, jornais, revistas e papelaria (-14,0%)
  • Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-7,9%).