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Sidrolândia

Debates e votações mostram que prefeito terá que recompor base na Câmara

O prefeito terá que recompor sua base de apoio na Câmara Municipal para os últimos dois anos de sua gestão.

Flávio Paes/Região News

19 de Dezembro de 2018 - 10:32

Debates e votações mostram que prefeito terá que recompor base na Câmara

O prefeito Marcelo de Araújo Ascoli (PSL) terá que recompor sua base de apoio na Câmara Municipal para os últimos dois anos de sua gestão. Levando em conta as votações das sessões de ontem, ficou evidente que o prefeito só conta com alinhamento automático de três vereadores; Jean Nazareth, Jonas Rodrigues e Carlos Tadeu e numa leitura mais otimista, tem no máximo a boa vontade de outros três: Edno Ribas, Kenendi Forgiarini e Otacir Figueiredo, parlamentares que são próximos do deputado eleito Gerson Claro.

O Governo terá pela frente uma árdua missão; a de retomar a interlocução política para reconquistar aliados e garantir pelo menos uma maioria simples (8 vereadores) e esforço redobrado, quando precisar de quórum qualificação (10 votos) necessários para aprovar projetos de lei complementares, por exemplo.

A partir de 2019, o prefeito dificilmente conseguirá aprovar projetos com tramitação relâmpago, o chamado regime de urgência, usado de forma sistemática nestes primeiros dois anos de gestão. A estratégia do Executivo (enviar os projetos no mesmo dia em que seriam votados, horas antes do início das sessões), se esgotou.

Na sessão desta terça-feira (18), isto ficou evidente, quando os vereadores, de forma unânime, derrubaram a urgência de três projetos que só serão votados após a volta do recesso ano que vem. “O prefeito não precisa se preocupar. Não há nenhum interesse de inviabilizar a administração. A Câmara, simplesmente, quer cumprir com seu papel institucional, que é avaliar, debater e eventualmente, mudar os projetos do Executivo. Muitas vezes, projetos foram aprovados, sem que tenham sido lidos integralmente pelos vereadores”, avalia o vereador Waldemar Acosta, que em 2017 e 2018, por algum tempo foi uma voz solitária contra as votações relâmpago, “praticamente goela abaixo”.

Debates e votações mostram que prefeito terá que recompor base na Câmara

O vereador Cledinaldo Cotócio, que foi líder do Governo, mostra disposição de retomar a tarefa, mas ressalva: “o prefeito precisa escolher melhor seus interlocutores na Câmara. Muita gente tem levado informações erradas sobre o que está acontecendo. Ninguém quer colocar a faca no pescoço do Executivo”, destaca.

A mesma disposição é manifestada pelo futuro presidente da Câmara. “Não vamos amordaçar a administração. O objetivo é corroborar com a cidade, mas é evidente, que isto não significa renunciar as prerrogativas do Legislador, de fiscalizar e legislar”, garante. Aliados do governo atribuem este momento de turbulência no relacionamento com a Câmara, a postura de neutralidade que o prefeito adotou durante o processo sucessório da Mesa Diretora.

Marcelo Ascoli não estimulou uma possível candidatura alternativa a de Carlos Henrique, projeto que contaria com seis vereadores e se viabilizaria se atraísse o apoio de dois integrantes do G-9.