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Política

Bastidores: disputa pela Prefeitura começa esquentar discussões partidárias

Sidrolândia, município distante 67 km de Campo Grande, as movimentações e articulações já começaram.

Marcos Tomé/Região News

16 de Abril de 2019 - 13:19

Apesar de prematura qualquer projeção política para as eleições de 2020, partidos e lideranças políticas começam a se movimentar nos bastidores num processo preparatório para tomada de decisão, muito provavelmente, a partir de janeiro do ano que vem, quando as discussões tendem a se estreitar.

Sidrolândia, município distante 67 km de Campo Grande, as movimentações e articulações já começaram. O ex-prefeito Enelvo Felini, uma das principais lideranças do PSDB e virtual candidato à Prefeitura, assumiu o comando do partido no último dia 30 de março sob a promessa de organizar a legenda, buscar novos filiados e respaldar a bancada tucana na Câmara.

Presente na solenidade de posse, a deputada federal, Rose Modesto, chegou à conclamar a “tucanada”, no que classificou de “crime eleitoral” a cassação do mandato de Enelvo, eleito em outubro de 2012, mas não pode assumir por decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que o tornou inelegível em decisão proferida no 11 de dezembro do mesmo ano.

Bastidores: disputa pela Prefeitura começa esquentar discussões partidárias

Ainda na esfera tucana, outros dois nomes são peças importantes para o partido; Ari Basso (ex-prefeito) e Moacyr de Almeida Filho, empresário que se filiou ao partido em abril de 2017. Apesar de liderar as intenções de voto, o produtor rural Ari Basso, tem sido cauteloso quanto a sucessão municipal. “Já dei minha contribuição a Sidrolândia. Política não é profissão”, comenta ao ser questionado sobre a disputa.

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Já o empresário Moacyr Almeida, diz que vai buscar espaço no partido para se viabilizar. “Enelvo já deixou seu legado a sociedade. É um homem inteligente e sabe de sua inserção no cenário político do Estado. Foi deputado, dirigiu com maestria a Agraer e deve voltar a ocupar este espaço no Governo do Reinaldo. Estou pronto para ajudar a cidade de Sidrolândia me doando para uma causa nobre, caso os companheiros entendam que eu possa contribuir”, argumenta.

PSL

Segue indefinido o futuro político do prefeito, Marcelo Ascoli, que se elegeu no PSL sob o discurso de renovação. Foram até aqui 28 meses de gestão, marcada por baixa avaliação e desempenho mediano perante a opinião pública. Setores da administração afirmam que o Governo tem grandes ações, mas tem tido dificuldades em se comunicar com a sociedade.

Numa entrevista recente ao RN, Ascoli afirmou que deve buscar um entendimento com os partidos ligados a base de seu Governo; DEM, PTB e PSD. “Estamos avaliando. Ainda é cedo para tomar uma decisão, mas pelo que tudo indica, o PSL terá um projeto diferente do nosso. Apesar de ser filiado ao partido há mais tempo inclusive que o próprio Presidente da República, Jair Bolsonaro, correntes que controlam a legenda no Estado ligadas a outras lideranças no município, por questões de afinidade, devem escolher outro caminho”, explica.

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O prefeito não descarta a possibilidade de se filiar ao PSD, do senador Nelsinho Trad e bem como, não vê dificuldades no estratégico Democratas (DEM), que atualmente possui em seus quadros dois ministros em Brasília: Luiz Henrique Mandetta e Tereza Cristina (Saúde e Agricultura) respectivamente. Em Sidrolândia o partido é controlado pela esposa, Ana Lídia Ascoli, primeira dama.

MDB

Após enfrentar problemas com a Justiça, o ex-prefeito Daltro Fiuza, figura emblemática emedebista, é uma ignota para as eleições de 2020. Fiuza desistiu da disputa em 2016 já na “marca do pênalti”, no último dia reservado as convenções partidárias. Esta posição desarticulou o partido que deixou de trabalhar o nome do empresário Acelino Cristaldo, como alternativa para o processo.

Daltro Fiuza adotou neutralidade na sucessão municipal e sem candidato, o partido se dividiu. Venceu o grupo que atualmente compõe o Governo do prefeito Marcelo Ascoli, fruto de alianças políticas que rendeu ao partido três Secretarias e a indicação do candidato a vice-prefeito.

Bastidores: disputa pela Prefeitura começa esquentar discussões partidárias

O futuro político do ex-prefeito segue indefinido já que tem contas rejeitadas no Tribunal de Contas do Estado (TCE/MS). A Câmara de vereadores marcou para a segunda quinzena de maio o julgamento das contas de Fiuza. Acelino Cristaldo, que foi candidato em 2012 e na eleição suplementar de 2013, prefere não fazer previsões sobre o futuro.

“Ainda é muito cedo para fazer qualquer projeção. Passei muitos percalços no partido, mas sigo sempre olhando pra frente. Tínhamos condições reais de disputar a eleição passado com chances de fazermos uma boa votação, mas agora é outro momento. Estou trabalhando, focado em cuidar dos negócios e da vida”, concluiu.

PP

Em meio as discussões, o presidente do diretório municipal dos progressistas (PP), vereador Kennedi Forgiarini, não descarta a possibilidade de construir um projeto alternativo aos modelos já testados nas urnas; PSDB/MDB/PSL. Em sua avaliação, o eleitor anseia por uma mudança administrativa e não será atraído por discursos milagrosos.

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“Já não se pode mais fazer o básico e achar que a gestão pública é limitada a isto. Sidrolândia precisa olhar para o futuro, enxergar novos horizontes de possibilidades. Talvez estejamos sonhando, mas é preciso ir além”, argumenta Kennedi. Ele adianta que o PP será um partido estratégico para as eleições de 2020 porque deve reunir o maior número de candidatos em condições de ocupar cadeira no parlamento municipal.

Já é dada como certa a filiação de dois vereadores para o partido; Edno Ribas, do PSB e Otacir Figueiredo, o “Gringo”, do PROS, na janela de troca de partidos ano que vem”, informa o presidente. Joana Michalski, Sérgio Bolzan e Cézar Queiroz, o “Cezinha do Detran”, também são nomes cotados para o partido.

PDT

A palavra de ordem no Partido Democrático Trabalhista (PDT) é de se manter distante da administração do prefeito Marcelo Ascoli. Está descartada qualquer aproximação com a atual administração, segundo informou ao RN o presidente da legenda, vereador Waldemar Acosta.

Ele revela que esta decisão foi proferida após reunião com membros do Diretório Municipal, que entraram num acordo em construir uma candidatura própria do partido. “Sangue novo. Alguém que tenha vontade de administrar Sidrolândia. Que seja linha de frente e tome as decisões em nome do Governo”, dispara o vereador.

Bastidores: disputa pela Prefeitura começa esquentar discussões partidárias

“Nós não aprovamos o modelo de gestão do prefeito Marcelo Ascoli. Sidrolândia merece mais”, argumenta o parlamentar que terá como missão ampliar as discussões em torno do processo eleitoral, isto inclui obviamente, atrair outras legendas em torno de um projeto político alternativo na disputa pela Prefeitura.