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Sidrolandia

Mãe de jovem assassinado há 3 anos, reclama da impunidade e do tratamento diferenciado da Polícia

Dona Cléia Aparecida, embora solidária com o sofrimento da família do empresário, manifestou pelas redes sociais inconformismo com a diferença de tratamento que este crime mereceu das autoridades.

Flávio Paes/Região News

18 de Fevereiro de 2018 - 20:35

Mãe de jovem assassinado há 3 anos, reclama da impunidade e do tratamento diferenciado da Polícia

A rápida elucidação do assassinato do empresário Paulo Cesar Buchanelli, que em 48 horas teve um dos envolvidos preso e outro identificado, parece ter reacendido feridas no coração de uma mãe que há quase três anos espera por Justiça. Dona Cléia Aparecida, embora solidária com o sofrimento da família do empresário, manifestou pelas redes sociais inconformismo com a diferença de tratamento que este crime mereceu das autoridades, e o assassinado do seu filho, Rogério Soares Rodrigues, na época com 17 anos, e do primo dele, Diego dos Santos Soares, mortos a facadas na madrugada do dia 7 de março de 2015, na praça central.

“Sei que aqui não é lugar e nem desmerecendo a família do empresário quem está sofrendo. Mais porque a justiça tem diferença para um e outro assassinato. O do empresário na mesma hora toda a Polícia estava nas ruas. Acionaram até o Garras e o secretário de Segurança e etc. Tudo bem. E aí matam o filho de pobre. A mãe vai várias vezes na delegacia atrás de justiça e nada. Do empresário na mesma hora divulgam a imagem, do suspeito do filho do pobre não existe imagem, porque será hein? (Desculpa só um desabafo de mãe que vai para três anos pedindo justiça)”.

Foi à postagem de dona Cléia que não se conforma que a morte do seu filho e do primo continue sendo um mistério, ninguém tenha sido responsabilizado.

Na época, o suspeito do crime, que se chamaria Alisson, apresentou-se na Delegacia acompanhado de advogado, negou qualquer envolvimento no duplo homicídio e foi para casa. O rapaz, que teria uma dívida de R$ 2 mil com Diego, referente a um compra de Gol, estava protelando o pagamento. Os pais de Diego são de Sidrolândia, mas há sete anos estavam morando em Rio Verde.

Diego morreu dois dias antes de trocar Sidrolândia por Rio Verde, aonde chegou a comprar terreno para construir casa e ficar perto dos pais. Na quinta-feira anterior ao crime, falou por telefone com dona Simone, sua mãe, quando relatou que Alisson, o rapaz que comprou seu carro e ainda lhe devia R$ 2 mil, não estava atendendo suas ligações. A mãe dele teria assumido o compromisso de pagar a dívida em quatro parcelas de R$ 500.00. “Aconselhei a ele que aceitasse a proposta para não ficar no prejuízo”, conta dona Simone.

Segundo Cléia Aparecida, mãe de Rogério, o garoto e o primo teriam ido à praça em companhia do sogro de Diego, que os deixou em frente da casa dela na Rua Rui Barbosa, no Bairro São Bento. Sem que ela percebesse, pegaram as bicicletas e foram para a praça. Por volta das 0h20min ligou para o filho que disse estar comendo um lanche e logo iria para a casa. Quarenta minutos depois, recebeu uma nova ligação, desta vez, para ser informada da dupla tragédia. Rogério tinha sido esfaqueado e estava no hospital, onde acabou morrendo. Tentou ligar para Diego, quando tomou conhecimento de que também tinha morrido.