Política
CCJ da Câmara convoca Onyx para explicar decreto de porte de armas
Único no colegiado a atuar a favor do ministro, deputado Kim Kataguiri criticou 'amadorismo e a falta de competência do governo em se defender'
VEJA
28 de Maio de 2019 - 16:53
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara aprovou nesta terça-feira, 28, a convocação do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, para que ele explique o decreto recém-editado pelo governo para a flexibilização da posse e do porte de arma de fogo.
A falta de atuação do governo e de seus líderes na Câmara no caso chamou a atenção do presidente da CCJ, Felipe Francischini (PSL-PR), e de outros integrantes da comissão. O deputado Kim Kataguiri (DEM-SP) foi o único que tentou minimizar a ofensiva da oposição sobre o ministro no colegiado.
Normalmente, a base aliada dos governos tenta transformar convocações em convites para não expor e constranger os ministros.
“Não falo em nome da liderança do governo. Nem titular da comissão eu sou. Fui pego de surpresa, cumprindo um papel que me foi delegado pelo partido. É bizarro e assustador. Me assusta o amadorismo e a falta de competência do governo em se defender. E quem é independente e acaba tendo que fazer esse papel fica nessa situação”, respondeu Kataguiri.
Diante do impasse, Kataguiri ligou para Onyx durante a reunião. De acordo com ele, o ministro autorizou que sua própria convocação fosse votada nesta terça. Ele terá agora trinta dias para comparecer ao colegiado.
Jair Bolsonaro editou dois decretos neste ano sobre posse e porte, e na semana passada foi obrigado a editar um novo decreto para corrigir alguns trechos, após fortes críticas. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), chegou a dizer que o decreto sobre porte continha “inconstitucionalidades”.