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Policial

Mulher tem rosto deformado e parte da língua arrancada por marido em aldeia de MS: 'Estava muito bêbado'

Polícia afirma que este é o terceiro caso grave de violência doméstica este ano na Aldeia Amambai.

G1 MS

31 de Maio de 2019 - 10:14

Uma indígena de 32 anos teve o rosto deformado e parte da língua arrancada pelo marido, na aldeia Amambai, no município que leva o mesmo nome e fica a 351 km da capital sul-mato-grossense. O rapaz de 23 anos foi preso em flagrante e passou a noite na cadeia. Em depoimento, ele disse que "fez isso porque estava muito bêbado e tinha sido traído".

"Foi a própria liderança quem o trouxe aqui. Ela foi encontrada jogada no chão, com o rosto muito deformado, diversos hematomas, um corte lateral na boca e parte da língua arrancada. Como tinha muito sangue e ela nem conseguia falar, nossa primeira preocupação foi socorrê-la. A vítima foi encaminhada pelo Corpo de Bombeiros e estamos acompanhando a situação", afirmou ao G1 a delegada Larissa Franco Serpa, responsável pelas investigações.

O suspeito permaneceu um período na cela, pois, estava muito embriagado. Depois, ele conversou com a delegada e confessou o crime. "Se não houvesse esse socorro, com certeza ela teria morrido no local. Geralmente nesses casos, os suspeitos alegam esta questão da traição, um tipo de postura para tentar se livrar da acusação. Mas, vamos averiguar ao certo o que aconteceu. Ele já responde por tentativa de feminicídio", comentou Serpa.

Ainda conforme a polícia, os casos de violência doméstica ocorrem com frequência naquele local. "Há alguns dias, também apuramos na aldeia uma situação em que o companheiro arrancou todo o lábio inferior da companheira. Tivemos ainda o caso mais grave, em que uma vítima foi morta pelo companheiro, em fevereiro deste ano", finalizou.

Caso de feminicídio

O homem de 48 anos foi preso no dia 21 de fevereiro, por matar a ex-esposa, na frente de amigos e dos filhos. O crime aconteceu na aldeia Amambai. De acordo com a Polícia Civil, que fez a prisão, o suspeito foi encontrado escondido em um barraco, num matagal às margens da MS-386, no trecho que corta Aral Moreira.

Ainda conforme a investigação, o indígena não aceitava o fim do relacionamento e por isso matou a ex-esposa, de 38 anos. Ele deu uma facada no peito da mulher. A arma transfixou e saiu nas costas.

A vítima tinha medida protetiva desde dezembro de 2018, quando foi ferida na mão por uma facada desferida pelo então marido, durante uma briga.