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Fim de carreira dos políticos parasitas

A verdade é que ninguém chega impunemente a presidente da república”. ( Stanislau Ponte Preta)

Manoel Afonso

12 de Junho de 2019 - 15:53

DISCURSOS Nem sempre eles representam na íntegra o projeto político de um candidato. Mesmo assim vale a pena – às vezes – analisá-los nas suas entrelinhas para aferir seus reais propósitos e também suas incoerências ao compará-los com sua postura dentro do cenário político-eleitoral. E convenhamos; há bom tempo não temos tido o prazer de absorver ensinamentos do conteúdo da classe política. Basicamente nivelados na maioria abaixo da razoabilidade, não trazendo luzes que efetivamente possam contribuir com o debate e a gestão política brasileira.

OS PARASITAS ainda vão sobrevivendo por aí no desfrute da sombra do legado de seus líderes. Contra o implacável relógio do tempo, citam suas frases, trajetória e tentam trazer para nossos dias as antigas agendas, como se não vivêssemos em outro contexto social. Nas siglas vinculadas ao trabalhismo, por exemplo, é visível a preocupação de se estabelecer identidade com as propostas e Governo de Getúlio Vargas na distante década de 50. É como se o mundo e o Brasil não tivessem mudado economicamente e socialmente. Falta-lhes liderança, discurso e propostas compatíveis com a realidade. Daí essa vocação de se agarrar aos ‘velhos troncos’ já naturalmente corroídos.

MUDANÇAS Os conceitos de gestão pública mudaram muito. O que era essencial ontem às vezes passou a ser opcional hoje. A prioridade de construir estradas – do então presidente da República Washington Luiz (1926-1930) era compatível com aquela época de grandes dificuldades de locomoção e transporte. A construção da rodovia Rio-São Paulo justificou seu lema “Governar é construir estradas”. Hoje, mais urgente que as estradas é a expansão da rede de internet num mundo refém da tecnologia. Enfim, as prioridades deixaram de ser estáticas, flutuam de acordo com o momento de seu povo.

COMPARANDO Estrearam nos países do 1º Mundo e agora já são vistas em lojas de supermercados de Campo Grande. São as ‘caixas inteligentes’ que dispensam a mão de obra da tradicional ‘caixa’. E não adianta os sindicalistas chiarem: vieram para ficar! É consequência desta legislação trabalhista (CLT) que só ferra quem gera emprego, ao contrário dos Estados Unidos onde a “Lei dos Poderes Justos do Trabalho” trata com igualdade de direitos e deveres empregados e patrões. Não é por outra razão de que os brasileiros fazem de tudo para conseguirem trabalhar na ‘Terra de Tio Sam’. Certo?

MEIA VOLTA! Ao colunista o deputado Pedro Kemp (PT) admitiu que vem fazendo profunda reflexão sobre o cenário político – seus personagens – e inclusive sua inserção nele. Para o parlamentar é preciso abandonar a pratica dos discursos vazios apenas para marcar posição ideológica partidária que nem sempre resolvem. Kemp confessa estar mais amadurecido e está se policiando em determinadas situações e assuntos. Ao final manifestou sua preocupação com o professorado, onde aliás está sua base eleitoral.

DISTORÇÕES Em se tratando de questão salarial elas resistem por leis. Um leitor de Dourados (MS) envia-nos números sobre a prefeitura municipal. O salário mensal líquido da prefeita Délia Razuk seria de R$10.411,98. Já o ganho líquido mensal do Procurador (Execução Fiscal) seria de R$21.706,71 após o desconto de R$ 10.074,38. O Procurador Especial, funcionário desde 1989, ganharia R$41.452,56 e descontando R$12.678,94 – ficaria com R$28.773,62. O Guarda inspetor de 2ª. classe receberia líquido R$13.053,39, enquanto o engenheiro (desde 2001) ganharia líquido R$ 10.119,13.

LONGE de discutir o mérito dos números, é preciso reconhecer que os vencimentos estão amparados em lei e que existem vários aspectos que devam ser levados em conta. Mas o que interessa aos olhos críticos da opinião pública é que no país – de um modo geral – leis e mecanismos beneficiam determinados nichos da função pública. Ainda há pouco a mídia repercutiu os ganhos dos motoristas e ascensoristas do Congresso Nacional. Alguém ironizou: eles não ganham tanto - são os brasileiros comuns que ganham muito pouco. E segue a ‘galopeira’.

É VERDADE A opinião pública pode não entender de direito, mas tem noção ou parâmetros de justiça. O mesmo raciocínio se aplica ao crime cometido pelo policial rodoviário federal Ricardo Hyun Moon contra Adriano Corrêa Nascimento e mais duas outras vítimas em 31/12/2019 na capital. Não há que se confundir a instituição da Polícia Rodoviária Federal (que saiu desgastada) com seu integrante que não estava de serviço na ocasião. A opinião pública também condenou a iniciativa de se colocar ‘out-doors’ nas ruas de Campo Grande para influenciar no julgamento à favor do réu.

ABNEGAÇÃO Temos só 2 hospitais psiquiátricos no MS. O Hospital Nosso Lar – na capital e o Instituto Adelina Thiago Dias – em Paranaíba – que atende 35 pacientes internos e tem 50 funcionários. Segundo o gerente de planejamento Wagner Alves de Oliveira, o nosocômio vive em dificuldades. As verbas públicas (SUS-Saúde Municipal) cobrem apenas metade dos gastos e o restante vem da ajuda de segmentos diferentes da sociedade. Wagner fez dois registros: da verba recente da Secretaria Estadual de Saúde e da ajuda que vem recebendo do deputado Coronel David (PSL). Ao final apelou para que os demais deputados incluam a entidade como beneficiárias de suas emendas.

DOIS ESTILOS diferentes: deputado capitão Contar (PSL) e deputado Jamilson Name (PDT). O primeiro apostou no estilo próprio através das redes sociais e de moto para visitar as 78 cidades onde foi votado. Figueirão foi onde obteve menos votos: 28. Diz que sua maior alegria é ser cumprimentado nas ruas por pessoas que confessam não ter votado nele. Quanto a Jamilson cresceu no ambiente político onde sua mãe Tereza Name é a referência, sempre atendendo carentes. Está investindo em proposições para melhorar a infra-estrutura como pontes, prédios e estradas. Confessa: na pratica os poderes do deputado são menores da imagem de quem olha de fora.

ALELUIA... Aquela luta por taxas e emolumentos cartoriais menores, iniciada em 2017 pela Federação da Indústrias de Mato Grosso Sul e que era tida como indigesta, segue em frente. O desembargador Sergio Martins Sobrinho, Corregedor do TJMS, mostrou boa vontade ao receber a sugestão/proposta das mãos dos representantes da própria Fiems, Famasul, Fecomércio, Creci, Secovi e Sindimóveis. Logo após o evento falei com Sergio Longes (Fiems) e Maurício Saito (Famasul) e eles estavam otimistas.

CREDIBILIDADE Os números de pesquisa recente divulgada pelo site Antagonista retratam com fidelidade aquilo que o brasileiro pensa do político – de um modo geral. Para 29% dos entrevistados todos os políticos são corruptos; para 50% dos pesquisados mais da metade dos políticos são corruptos; para 15% dos que opinaram metade dos políticos são corruptos; para apenas 6% menos da metade são corruptos. O incrível ou inacreditável: para 1% dos entrevistados nenhum político é corrupto.

A LUTA Os adversários do Governo precisam parar de torcer contra – ou seja – para que o cenário piore e assim eles possam levar vantagem eleitoral. O quadro de hoje é bem diferente daquele quando Marcelo Miranda era o governador e conviveu com as greves plantadas pelo PT. Não há clima para que isso se repita! O governo está fazendo a lição de casa para pagar em dia os funcionários e fornecedores. Radicalizar em tempos de recessão é bobagem pura.

JUÍZO é bom em qualquer situação. Basta olhar ao lado para se perceber que o Brasil passa por uma situação inusitada, onde o otimismo vai se tornando raridade. Quais segmentos de atividade econômica estão rentáveis, com exceção do sistema financeiro? Empresas tradicionais em dificuldades, demitindo, postos de combustíveis fechando e outros empresários enxugando custos como nunca antes visto. Os poderes públicos precisam e devem levar em consideração todo esse esforço da iniciativa privada. Afinal, é dela que saem os impostos que sustentam a gulosa e insaciável máquina estatal.

OTIMISMO Duas boas notícias para nosso Estado. A primeira vem do Palácio do Planalto através do Ministério do Meio Ambiente que anunciou projetos para recuperar as principais bacias hidrográficas, inclusive a Bacia do Rio Taquari – desde a Divisa com Goiás até Corumbá. A segunda se deve a decisão do STF que implica na permissão da venda da fabrica de fertilizantes em Três Lagoas para um poderoso grupo empresarial da Rússia. A consequência é notória com o aumento de empregos e renda.

“A verdade é que ninguém chega impunemente a presidente da república”. ( Stanislau Ponte Preta)