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Sidrolândia

Alunos se enrolam em lençol para se proteger da poeira em ônibus escolar

A poeira entra pelas frestas da porta que estão sem vedação porque as borrachas estão desgastadas e nunca foram trocadas.

Flávio Paes/Região News

28 de Agosto de 2019 - 07:49

Alunos se enrolam em lençol para se proteger da poeira em ônibus escolar

Alunos que residem em fazendas situadas na saída para Nioaque e que usam a linha Fazenda Guarita do transporte escolar, neste período de longa estiagem, estão tendo de se enrolar em lençóis para se proteger da poeira. Recorrer a este expediente tem sido a estratégia usada pelas mães para que seus filhos não cheguem na escola com o uniforme praticamente marrom encardido pela poeira.

Segundo relato da mãe de um aluno que mora na Fazenda Recanto, o problema se arrasta há muito tempo, mesmo após várias reclamações. A poeira entra pelas frestas da porta que estão sem vedação porque as borrachas estão desgastadas e nunca foram trocadas.

Alunos se enrolam em lençol para se proteger da poeira em ônibus escolar

A linha tem um trajeto longo, 151 quilômetros (de ida e volta). Além de sujar o uniforme das crianças, aquelas que tem doenças respiratórias sofrem mais, sendo obrigadas a faltar porque são acometidas de crises de sinusite, que desencadeiam dor de cabeça, mal-estar e até febre em casos mais agudos.

A empresa que explora a linha da Fazenda Guarita é uma das terceirizadas que mais fatura com o transporte escolar, exatos R$ 671.849,54, até o final deste ano letivo, conforme o portal da transparência. No primeiro semestre, a empresa acumulou um faturamento bruto de R$ 359.530,72. A linha da Fazenda Guarita, que atende alunos do período vespertino, rende a empresa R$ 5,70 por quilômetro, R$ 860,70 por dia, R$ 17.214,00 por mês ou R$ 172.140,00 ao longo do ano letivo.

Alunos se enrolam em lençol para se proteger da poeira em ônibus escolar

A CPI do Transporte Escolar instalada pela Câmara não conseguiu em quase 5 meses de atuação detectar situações como essas, que não são exceção, reveladoras do óbvio: a Secretaria Municipal não tem controle gerencial sobre a qualidade de um serviço que custa aos cofres públicos mais de R$ 8 milhões por ano. As 17 empresas que prestam o serviço, pelo visto atuam de forma autônoma.

Diante da inércia da Divisão de Transporte da Secretaria Municipal de Educação e já que a CPI se revelou inócua, arquivada por decurso de prazo, pais das crianças avaliam bater as portas do Ministério Público para cobrar providências.