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Sidrolândia

MSGás projeta investimento de R$ 50 milhões para trazer gás a Sidrolândia a partir de 2021

Está projetado investimento de R$ 50 milhões até 2024, sendo R$ 2,38 no biênio 2020/2021 e o restante, entre 2022 e 2024.

Flávio Paes/Região News

07 de Outubro de 2019 - 13:08

MSGás projeta investimento de R$ 50 milhões para trazer gás a Sidrolândia a partir de 2021

Ainda neste ano a MSGás vai contratar o projeto executivo do ramal que a partir de 2021 vai trazer gás natural para atender Sidrolândia, primeira etapa do projeto de expansão da estatal que terá como destino final Dourados, passando também por Maracaju e Itaporã. Está projetado investimento de R$ 50 milhões até 2024, sendo R$ 2,38 no biênio 2020/2021 e o restante, R$ 47,6 milhões, entre 2022 e 2024, quando o projeto vai estar consolidado.

O ramal terá uma extensão de 45 quilômetros, acompanhará o traçado da rodovia com tubulação em aço carbono (com pressão suficiente para atender grandes clientes consumidores) e a partir do Frigorífico da JBS (um cliente âncora em potencial), acompanhará o traçado do contorno rodoviário projetado pelo DNIT entre os quilômetros 442 e 432 da BR-060 a (ligando as saídas de Campo Grande a de Nioaque). Estão previstos mais 5 km de rede em PEAD (tubulação feita com polietileno de alta densidade), para interligação de clientes no perímetro urbana, restaurantes, padarias, edifícios e residências, além de postos de combustível.

No primeiro ano de funcionamento do ramal, provavelmente em 2021, a previsão da MSGás é vender 30.260 metros por dia, sendo 24.600 do cliente âncora, a JBS. Numa segunda etapa entre 2022 e 2024, este consumo mais que dobra, chegando a 68.400 metros cúbicos/dia, agregando outros clientes potenciais, como a Rio Pardo Proteína Vegetal e o Frigorífico Balbinos, além de 70 silos de secagem e armazenagem pertencentes a produtores e grandes cooperativas, como a Alfa, Coamo e a Lar, que ficam às margens da BR-060 e da MS-162.

O deputado Gerson Claro, que tem se levantado em defesa do ramal do gás natural, comemora o anúncio da MS-GAS que ainda este ano vai contratar o projeto executivo. "Com o gás, Sidrolândia vai ter um fator adicional, além da sua logística favorável, para atrair novos empreendimentos industriais necessário a diversificação da matriz econômica, com geração de emprego e renda", avalia o parlamentar que em parceria com o presidente da Câmara, Carlos Henrique, promoveu uma audiência pública para discutir o projeto.

MSGás projeta investimento de R$ 50 milhões para trazer gás a Sidrolândia a partir de 2021

Mais barato

O valor do gás natural cobrado dos 10 mil clientes da MSGás deve cair entre 20% e 30% com a conclusão da chamada pública para transporte de gás pelos dutos da Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG) e com o novo contrato de compra do fluído, a ser concretizado em julho do próximo ano. Essa redução ainda depende do resultado da chamada pública aberta pela TBG, que vai terminar no dia 20 de dezembro, da qual a estatal sul-mato-grossense participa disputando o transporte de gás natural com outras 13 empresas que manifestaram interesse em fazer esse serviço a partir de janeiro de 2020, quando se encerra o contrato da TBG com a Petrobras.

O processo integra o projeto do governo federal para reduzir o valor médio do gás natural. Na prática, a medida consiste em acabar com o monopólio da Petrobras na venda de gás, permitindo a concorrência entre diversas empresas. Para tanto, em junho, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou resolução para abrir o mercado de transporte e distribuição de gás natural.

Atualmente a estatal distribui 2,232 milhões de metros cúbicos por dia de gás natural no Estado, entre térmico (1,654 milhão de m³/dia) e não térmico (578 mil m³/dia). Conforme edital de abertura do mercado, do qual o processo será concluído em dezembro, a projeção é de que a saída de gás natural de Mato Grosso do Sul salte, em 2022, de valores contratuais de 95 mil m³ para 2,2 milhões de m³.

Em dois anos, Mato Grosso do Sul deve registrar salto relevante no consumo de gás natural e dobrar o volume distribuído do produto dentro de três anos, após entrar em operação e gradativamente ampliar a demanda da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados 3 (UFN3), empreendimento situado em Três Lagoas e atualmente na reta final de negociações para ser repassada pela Petrobras à iniciativa privada.