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Esporte

Hamilton: derrota na Malásia em 2017 foi chave no projeto da nova Mercedes

Inglês e seu parceiro Valtteri Bottas tiveram voz ativa durante as discussões sobre o projeto do novo modelo W09, que teve mudanças importantes na suspensão e aerodinâmica.

Globo Esporte

24 de Fevereiro de 2018 - 08:42

A temporada de 2017 ainda nem estava decidida a favor de Lewis Hamilton e já estava sendo dado o ponto de partida na filosofia de construção do novo carro da Mercedes, apresentado na última quinta-feira. Segundo o tetracampeão, a flagrante inferioridade em relação a RBR e Ferrari durante o GP da Malásia foi fundamental para a equipe estabelecer os novos conceitos.

Na ocasião, Hamilton sofreu com o desgaste dos pneus e foi ultrapassado por Max Verstappen, e só terminou em segundo lugar porque Kimi Raikkonen nem sequer largou e Sebastian Vettel saiu do fim do grid após problemas na Ferrari e ainda assim chegou em quarto, com um ritmo mais forte do que o inglês. Com ainda mais dificuldades, Valtteri Bottas terminou apenas em quinto com a outra Mercedes.

Para Hamilton, a Mercedes não poderia ter mudanças radicais, até porque ainda levou os títulos de pilotos e construtores, mas ao mesmo tempo não tinha como se acomodar, já que RBR e Ferrari (principalmente) deram uma canseira. O inglês deixou claro que ele e o compannheiro Valtteri Bottas tiveram voz ativa no processo

O que vimos hoje é uma evolução de nosso DNA de pilotagem unido num carro. Há uma aerodinâmica diferente este ano comparada com o ano passado. Tivemos muitas discussões em que fomos importantes ao fazer o novo carro. E em alguns desses encontros apenas Valtteri e eu falamos, de fato - destacou.

Depois da dura luta para a Mercedes manter a hegemonia da Fórmula 1 no ano passado, Lewis Hamilton espera que o novo modelo W09 não apresente mais problemas de adaptação aos circuitos de baixa velocidade e dificuldades em corridas no calor. Para isso, as suspensões foram bastante modificadas com o objetivo de proporcionar uma perfeita adaptação dos pneus a qualquer tipo de traçado.

Pegamos algumas das coisas boas do ano passado, mas houve circuitos que não fomos tão fortes, então espero que tenhamos atingido um compromisso que nos favoreça na maioria dos circuitos. Algumas questões de suspensão que tivemos, alguns dos problemas de altura do carro, algumas das características do assoalho, foram muito evoluídas. Tudo é novo, toda a suspensão foi refeita - disse Hamilton.

Em 2017, Hamilton enfrentou problemas para levar os pneus dianteiros a atingirem a temperatura ideal em pistas como Mônaco, Baku, Hungaroring e Cingapura, nas quais a velocidade carregada nas curvas é inferior. Só com mudanças ao longo da temporada, o inglês aproveitou as pistas mais velozes para uma arrancada final na disputa com Sebastian Vettel pelo título. No entanto, uma característica que favoreceu a Mercedes nas pistas de alta foi preservada: a distância maior entreeixos, o que deixa o carro mais longo e, consequentemente, mais veloz nas retas.

Sobre o halo, novo dispositivo de segurança para proteger a cabeça dos pilotos acima do cockpit, Hamilton não foi tão crítico como o chefe da equipe, Toto Wolff, que cortaria o elemento com uma serra elétrica se pudesse:

O time fez um trabalho fantástico em integrar isso (halo) e fazê-lo bonito como vimos. Acho que depois de algumas corridas vamos esquecer que está ali. Você já olha para o carro antigo e vê que está ultrapassado. É um novo mundo agora, e estou certo de que é o primeiro passo para a evolução e desenvolvimento do nível de segurança.