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Justiça

Em menos de um ano, assassino de idosa volta ser absolvido por insanidade

Na última quinta-feira, "Avatar”, como é conhecido, foi novamente considerado inimputável e teve a internação determinada pelo juiz.

Redação/Região News

12 de Abril de 2024 - 07:10

Em menos de um ano, assassino de idosa volta ser absolvido por insanidade
Juliano de Lacerda Bittencourt. Foto: Divulgação.

A Justiça voltou a livrar da prisão em regime fechado Juliano de Lacerda Bittencourt, 25 anos, que em 18 de agosto de 2022 matou a facadas a idosa Ivonete do Carmo Ifrain. Na última quinta-feira, "Avatar”, como é conhecido, foi novamente considerado inimputável e teve a internação determinada pelo juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida. O rapaz passou por julgamento na 1ª Vara do Tribunal do Júri pelo assassinato de Renato Geovane Alves, 37 anos.

O crime aconteceu em setembro de 2022, na ocasião vítima e autor compartilhavam cela na Penitenciária Estadual da Gameleira II. Juliano era acusado de matar Ivonete, 64 anos, e Renato por matar José Leocardio da Silva, 73 anos. O homem foi morto asfixiado.

Ainda em março de 2023, Juliano foi considerado inimputável, por ser diagnosticado com doença mental, pelo juiz Cláudio Müller Pareja. Na ocasião, ele foi julgado pelo assassinato de Ivonete. A idosa foi morta a facadas na casa onde morava em Sidrolândia.

O magistrado determinou que “Avatar” fosse internado imediatamente pelo prazo mínimo de três anos. Desta vez, pela morte de Renato, Juliano teve a absolvição imprópria concedida, mas deve ficar internado por no mínimo um ano. A sentença é assinada pelo juiz Carlos Alberto Garcete.

Crime – Por volta das 15h40 do dia 6 de julho de 2022, agentes penitenciários foram chamados pelos detentos até a cela 2 da ala disciplinar do pavilhão I. Ao chegar no local, os servidores encontraram Renato já morto. Juliano confessou o crime e afirmou que assassinou o colega porque ele era “abusador de crianças”.

No entanto, “Avatar” chamava de abusador todos os outros detentos da unidade penal. Renato chegou a morder o agressor no braço, mas não conseguiu escapar e morreu asfixiado. Os dois internos faziam uso de medicação controlada por conta de distúrbios psiquiátricos.

Primeiro crime

Juliano matou dona Ivonete dia 18 de agosto de 2022. O crime foi na hora do almoço. Minutos depois ele se entregou no quartel da Polícia Militar. Menos de um mês após o crime, dia 6 de setembro, ele esganou até a morte um companheiro de cela, Renato Geovane Alves.

O assassino entrou porta a dentro na casa da vítima, que estava sentada na sala assistindo tv, a matou a golpes de faca e também esfaqueou o marido dela, Lázaro Ifrain. Ele estava no quintal fumando e veio em socorro dela. Admitiu que não conhecia o casal de idosos e conforme avaliação psiquiátrico pode ter tido um surto psicótico.

Ele estava há 4 dias na casa ao lado, na Rua Pascácio Freitas, São Bento. Lá morava Magno Soares Furtado, conhecido que lhe deu abrigo. Na véspera e horas antes de cometer o crime ele fumou maconha.

Juliano disse ouvir vozes desde os 19 anos. No depoimento, o marido de dona Ivonete, Lázaro, foi as lágrimas ao descrever o que aconteceu naquele dia trágico, quando perdeu a esposa e quase foi morto. Com problemas cardíacos, saúde debilitada, tinha dificuldades para se locomover.