Logomarca

Um jornal a serviço do MS. Desde 2007 | Sexta, 19 de Abril de 2024

Sidrolandia

Sindicato reclama de falta de segurança em hospitais do DF

Enfermeira teve a mão perfurada com sangue contaminado pelo HIV.

G1

23 de Junho de 2010 - 10:55

Palco de uma série de dificuldades que culminou na agressão de duas profissionais na segunda-feira (21), o Hospital Regional de Ceilândia, localizado a 30 quilômetros de Brasília, transformou-se em um problema tanto para quem depende de atendimento quanto para quem trabalha no local. Os servidores reclamam da falta de segurança e de materiais para o serviço, além de o número de funcionários ser insuficiente para atender as necessidades do local.

As agressões aos servidores se tornaram uma rotina, segundo João Pedro de Souza, diretor executivo de Saúde do Sindicato dos Funcionários da Saúde do Distrito Federal.

O caso mais grave aconteceu na segunda-feira (21). Um travesti, revoltado com a demora no atendimento, retirou o próprio sangue com uma seringa e perfurou várias vezes a mão da enfermeira. Uma assistente que tentou conter o travesti foi mordida no antebraço esquerdo e levou vários golpes com a seringa na perna direita. Ainda nesta terça-feira (22), a secretaria de Saúde do DF divulgou uma nota em que confirma que a enfermeira recebeu sangue contaminado com o vírus HIV.

“Não conseguimos falar com ela [enfermeira] pois ela está bastante abalada. Esse é um problema grave demais, que não pode se repetir. Nós vivemos com constantes ameaças. Várias pacientes gritam com os funcionários, fazem ameaças, brigam. Eles pagam imposto e querem atendimento. Nós também queremos trabalhar, mas não encontramos condições. Falta tudo”, reclama o representante do sindicato.

De acordo com Souza, o governo do Distrito Federal oferece segurança nos hospitais, mas nada que possa auxiliar os servidores em casos de agressão. Por meio de uma nota, a Secretaria de Saúde do GDF afirmou que foi realizado um contrato emergencial para a prestação de serviço de segurança e portaria.

Segundo o governo, os vigilantes já estão trabalhando nos hospitais. Um outro processo de licitação está em andamento, segundo a secretaria, para a contratação de uma empresa de forma contínua. O governo promete uma ação conjunta entre as secretarias de Segurança e Saúde para discutir a segurança nos hospitais.

Outras queixas
A falta de segurança não é a única demanda do Sindicato dos Funcionários da Saúde do DF. A categoria afirma que faltam medicamentos e até mesmo água para os servidores beberem durante o expediente no Hospital Regional de Ceilândia. Por turno, o sindicato calcula que mais de 300 pessoas sejam atendidas no hospital.

“Quem quiser água tem de comprar. Não temos água nem para beber. Nesta segunda-feira faltou água até para trabalhar. Os funcionários tiveram de improvisar carregando água com balde, usando álcool”, contou Souza.

Em nota, o governo do GDF afirma que foi criada a Secretaria Extraordinária de Logística e Infraestrutura pra agilizar a compra de insumos e medicamentos para abastecer os hospitais da rede pública do DF.