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Política

Ministerio Publico quer que Tiririca faça novo teste para provar que é alfabetizado

O MPE pede que, em uma nova audiência, o comediante elabore uma pequena redação para complementação do exame

O Globo

17 de Novembro de 2010 - 09:15

Na primeira ação, o MPE questiona a audiência ocorrida na última quinta-feira , na qual Tiririca teve de escrever um trecho do livro "Tribunal Regional Eleitoral, uma retrospectiva", além de ler e interpretar duas notícias publicadas num jornal. Neste mandado, o MPE pede que, em uma nova audiência, o comediante elabore uma pequena redação para complementação do exame, parâmetro adotado pelo Ministério da Educação para aferição de alfabetização de jovens e adultos.

Já no segundo mandado de segurança, é questionada a competência do juiz eleitoral de primeiro grau para realizar a audiência, já que o registro da candidatura foi feito no TRE-SP e não na 1ª Zona Eleitoral. Segundo o MPE, o teste deveria ter sido realizado pelo tribunal, com participação do procurador regional eleitoral.

Em nota divulgada na sexta-feira, o promotor do Ministério Público Eleitoral Mauricio Antonio Ribeiro Lopes, que acusa Tiririca de não ter preenchido de próprio punho a declaração de escolaridade exigida por lei , já havia dito que entraria com mandado de segurança para que o comediante fosse submetido a novos testes de alfabetização.

MPE quer mulher de Tiririca em audiência

Nos mandados, o MPE requer a intimação da esposa do comediante, para que seja reproduzida em audiência a forma exata como foi elaborada a declaração de que Tiririca sabe ler e escrever ou até para comprovação de que foi ela, sozinha, quem escreveu o documento. Pede ainda a convocação de testemunhas de defesa, que foram indeferidas pelo juiz eleitoral, para depor sobre pontos controvertidos do laudo apresentado.

O MPE quer que Tiririca seja submetido à perícia oficial por uma junta médica composta por profissionais de idêntica especialidade aos que subscreveram o laudo apresentado pela defesa. O Ministério Publico requer também a separação das denúncias ofertadas pelos crimes de falsidade ideológica em relação à omissão de declaração de bens. Durante a campanha, Tiririca concedeu uma entrevista à revista "Veja", na qual afirmou não possuir bem ou patrimônio em seu nome porque havia transferido tudo para terceiros.

Segundo o Ministério Público, o comediante fez as transferências em razão de ações trabalhistas, de alimentos e de partilha de bens que enfrenta na Justiça.

Parecer técnico diz que Tiririca é analfabeto funcional

O Ministério Público pede a anulação da audiência realizada em relação à acusação de falsidade ideológica na omissão de declaração de bens. Segundo a nota do MPE, não teria sido dada oportunidade ao Ministério Público de se manifestar sobre o documento juntado posteriormente à defesa preliminar.

Por último, o MPE informa que dispõe de parecer técnico que classifica Tiririca como analfabeto funcional, tendo em vista a definição da Unesco, e que tomará todas as medidas necessárias à defesa da Constituição no âmbito de suas atribuições legais até o esgotamento das vias jurisdicionais.