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Esporte

Rússia e Qatar sediarão as Copas do Mundo de 2018 e 2022

02 de Dezembro de 2010 - 13:58

Rússia e Qatar sediarão as Copas do Mundo de 2018 e 2022, respectivamente. Em eleição marcada por acusações de corrupção e uma crise de credibilidade, os dois países mostraram mais força política e atrativos para convencer a Fifa e seu já polêmico Comitê Executivo. O anúncio duplo foi feito nesta quinta-feira, em Zurique. A dupla receberá uma edição do Mundial pela primeira vez.

Favorita a 2018, a Rússia superou três concorrentes europeus: Inglaterra, Espanha/Portugal e Bélgica/Holanda. Para isso, montou o projeto mais caro, estimando um custo total de US$ 500 bilhões, e contou com um trio de embaixadores totalmente ligado ao futebol: Andrey Arshavin, Roman Abramovich (dono do Chelsea) e Dasaev (ex-goleiro da União Soviética).

Mercado que já desembolsou altas cifras em contratações, o futebol russo aposta na Copa de 2018 para turbinar o esporte e buscar uma posição de maior destaque no cenário mundial. O país receberá pela primeira vez a maior competição de futebol com a promessa de não economizar no Mundial seguinte ao sediado pelo Brasil, em 2014.

E desembolsar muito dinheiro combina perfeitamente com o Qatar. O país árabe já chamou a atenção mundial pelos projetos ambiciosos de estádio que elaborou e nos últimos anos não poupou esforços para receber outros eventos esportivos de grande importância, como os Jogos Asiáticos e a Copa da Ásia.

Até a seleção brasileira entrou nesse contexto. A equipe pentacampeã mundial fez dois clássicos internacionais em Doha: em 2009, venceu a Inglaterra por 1 a 0. E no mês passado perdeu para a Argentina por 1 a 0. As partidas foram mais uma prova da organização que o Qatar pode oferecer.

Embora não tenha tradição alguma no futebol, o Qatar conseguiu desbancar quatro candidaturas, incluindo os poderosos Estados Unidos. Austrália, Coreia do Sul e Japão também pleitearam o Mundial de 2022, sem sucesso.

Mas a festa dos vencedores contrasta com o ambiente criado em torno da escolha. A eleição aconteceu em meio a uma grande crise de credibilidade da Fifa. Desde o início, os conchavos e trocas de influências entre os países candidatos foram frequentes. O lobby no pleito para 2018 poderia render apoio na disputa seguinte, e vice-versa. Nenhuma candidatura envolvida confirmou a parceria, mas o próprio Josepp Blatter, presidente da Fifa, admitiu que os conluios eram inevitáveis.

O maior problema, porém, surgiu depois. Dois dos 24 membros do Comitê Executivo da Fifa, responsáveis pelas escolhas, foram pivôs de um escândalo deflagrado pelo Sunday Times em outubro.

Reynald Temarii, presidente da Confederação de Futebol da Oceania, e Amos Adami, representante da Nigéria, mostraram-se dispostos a negociar seus votos com jornalistas britânicos que se passaram por lobistas dos Estados Unidos. O caso ganhou repercussão mundial e deixou a Fifa em situação delicada.

A saída foi suspender a dupla e admitir o problema para tentar diminuir o desgaste sobre a credibilidade da Fifa. Para agravar o cenário, nesta semana a BBC veiculou denúncias contra três membros do Comitê Executivo, entre eles Ricardo Teixeira, presidente da CBF e do Comitê Organizador da Copa de 2014.