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Economia

Dilma vai defender salário mínimo de até R$ 545

E, para ela, não dá para defender a adoção da norma apenas quando ela for favorável aos trabalhadores.

Conjuntura Online

13 de Janeiro de 2011 - 10:53

A presidente Dilma Rousseff vai defender um salário mínimo de no máximo R$ 545 em 2011 e não pretende baixar nenhuma medida econômica estapafúrdia ou mirabolante durante seu governo.

Em conversa com interlocutores, Dilma avaliou que o ideal é manter a regra atual, que define o aumento com base no crescimento da economia de dois anos antes, mais a inflação do período. E, para ela, não dá para defender a adoção da norma apenas quando ela for favorável aos trabalhadores.

O governo Lula enviou uma medida provisória elevando o salário mínimo de R$ 510 para R$ 540, reajuste de 5,88%. Só que o aumento ficou abaixo do INPC do ano passado, que ficou em 6,47%. Por esse índice, o mínimo deveria ficar em R$ 543. Como as máquinas de sacar dinheiro não fornecem moedas, a equipe de Dilma avalia que o valor deve subir para R$ 545.

A presidente não aceita o valor defendido pelos sindicalistas, de R$ 580. Ela vai orientar sua equipe a trabalhar no Congresso contra esse aumento e reclama dos que propõem aprovar um reajuste maior, transferindo o ônus do veto para ela.

Segundo Dilma, sua equipe vai procurar mostrar aos parlamentares que não é possível usar uma regra apenas quando ela é boa para os beneficiados, deixando de aplicá-la quando é ruim. Além disso, dirá que no próximo ano o reajuste pode ficar na casa dos 14%, já que a economia deve ter registrado um crescimento de mais de 7% no ano passado. Ela aceita antecipar uma parte desse reajuste, mas desde que seja descontado em 2012.

Na área cambial, Dilma assume o compromisso de não mudar o sistema de câmbio flutuante, mas sinaliza que seu governo continuará adotando medidas prudenciais, como as adotadas na semana passada pelo Banco Central para combater a valorização do real.

Ela reclama dos países desenvolvidos, que, em sua opinião, parecem defender nas reuniões que ninguém deve adotar medidas de controle de entrada de capital externo, mas acabam tomando medidas que prejudicam os emergentes.

A presidente, porém, refuta qualquer possibilidade de adotar algum tipo de quarentena para brecar a entrada de dólar no país.

Segundo ela, seu governo vai buscar um crescimento entre 4,5% e 5,5% da economia, sem adotar medidas mirabolantes. Evitará, porém, medidas artificiais para manter taxas de crescimento como a do ano passado, acima de 7%. Isso, segundo ela diz a interlocutores, seria crescer de forma totalmente atabalhoada.

Ela promete tomar medidas para melhorar a competitividade da indústria brasileira, acabando com distorções que beneficiam os produtos importados. Nesse campo, deve fazer desonerações de impostos e adotar medidas comerciais para impedir concorrência desleal.

Segundo ela tem dito, o país vai ter de trocar o pneu com o carro andando. Ou seja, manter o crescimento econômico e fazer os ajustes necessários para garantir a estabilidade da economia.

Ela quer investir em inovação tecnológica e pretende fazer parcerias com o setor privado para acelerar a exploração de urânio no país. Quer também aumentar o enriquecimento do minério radioativo no país, por meio da Eletronuclear. Dilma reconheceu a interlocutores, contudo, que não dá para privatizar o setor de enriquecimento de urânio. Seria uma loucura, costuma dizer.