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Esporte

Inter empata na estreia na Libertadores

Globo Esporte

17 de Fevereiro de 2011 - 09:55

Inter empata na estreia na Libertadores
Foto: Globo Esporte

Zé Roberto poderia ter marcado. Leandro Damião poderia ter marcado. Até Cavenaghi, no final do jogo, poderia ter marcado. Mas pertencia a Mario Bolatti a noite desta quarta-feira no estádio George Capwell, em Guaiaquil, no Equador. Cabia a ele a tarefa de fazer o gol da vitória sobre o Emelec. Era ele quem precisava cabecear aquela bola aos 33 minutos do segundo tempo para, em sua estreia, mostrar por que foi contratado pelo Inter. Tudo lindo, certo? Errado. No último minuto, o Inter inventou de sofrer um gol. A vitória virou empate em 1 a 1 Bolatti merecia mais.

Os colorados foram superiores. Criaram toneladas de chances de gol. Chegou a dar pena ver Leandro Damião fazer quase tudo tão certo e ver absolutamente tudo dar sempre tão errado. D’Alessandro, nenhuma surpresa, jogou uma monstruosidade. Guiñazu deve ter corrido uns 70km, mas fez falta dispensável na origem do gol equatoriano.

O Inter perdeu a chance de encaminhar classificação já na semana que vem. Poderia ir a seis pontos. Agora, na quarta-feira, recebe o Jaguares no Beira-Rio.

Zé Roberto mata mosquitos

Eram 25 minutos do primeiro tempo. Boa parte dos mosquitos existentes no planeta Terra pareciam ter se organizado para assistir ao jogo no estádio George Capwell. D’Alessandro, pela esquerda, recebeu a bola. Zé Roberto se movimentou na área. A bola foi na direção dele. Ele encaixou o corpo. Os mosquitos arregalaram os olhos. Só podia ser gol do Inter. Não tinha como não ser... E não foi. Zé mandou um chute alto, torto, certamente fazendo um strike nos insetos localizados entre a linha do gramado e as arquibancadas superiores do estádio, onde foi parar a bola.

É engraçado como um lance pode mudar um jogo. O Inter passou o primeiro todo guerreando em uma partida muito pegada, muito mordida, muito disputada. Se Zé Roberto tivesse feito aquele gol, o time gaúcho poderia ter alcançado a tranquilidade necessária em campo. Mesmo assim, os gaúchos foram superiores no primeiro tempo.

O técnico Celso Roth, sem Tinga, supostamente com uma lesão no tendão, colocou Bolatti e manteve Wilson Matias. O Inter teve três volantes – um deles, Guiñazu, mais avançado. Os constantes recuos de Zé Roberto deixaram o time com jeitão de 4-5-1. Leandro Damião por vezes teve que batalhar contra três zagueiros. Nem Rocky Balboa daria um jeito...

Mas o centroavante teve suas chances. Foram duas. E iguais. E quase coladas uma na outra. Repetecos: cruzamento de Kleber da esquerda, em posição mais centralizada, e cabeceio para fora. Na segunda, Damião deu azar. A bola bateu no chão e passou por cima do gol dos “eléctricos”.

O Emelec ameaçou nos primeiros minutos. Nada, porém, muito assustador: alguns chutes de longe, um ou outro cruzamento para a área, certa correria de Mena pela direita, disputando espaço com Kleber. Mas Lauro esteve seguro. Sorondo, idem. Bolatti pareceu procurar seu espaço o tempo todo. Jogou com mais seriedade do que brilho.

Bem-vindo, Mario Bolatti. Mas merecia mais...

Primeiro minuto: D’Alessandro bate falta pela direita, com pouco ângulo, direto no gol. Klimowicz espalma. Segundo minuto: bola fica pererecando na área e Sorondo é puxado, sofre pênalti claro, mas árbitro não marca. Terceiro minuto: Zé Roberto chuta de longe, e goleiro pega. Quinto minuto: D’Alessandro cruza, Damião manda cabeceio quase perfeito, Klimowcz faz milagre. Bafo, bafo e mais bafo. Só deu Inter nos primeiros minutos do segundo tempo.

E cadê o tal do gol? Quase esteve com o Emelec. Nei afastou um cruzamento com o peito e gerou segundos de caos na defesa vermelha. Lauro precisou voar nos pés de Quiroz para evitar o gol. No rebote, Meléndez furou e fez os equatorianos soltarem xingamentos coletivos nas arquibancadas do George Capwell.

O que era bom começou a ficar perigoso. Méndez bateu falta que fungou no travessão de Lauro. Quase. E aí foi a vez de Damião. Ele tirou um coelho da cartola, livrou-se dos marcadores e mandou por cima do goleiro. A zaga cortou sobre a linha. Depois, adiantou-se à defesa em cruzamento de Zé Roberto e mandou o cabeceio. O goleiro pegou mais uma. Será que não ia entrar?

Pois entrou. E com uma mensagem de boas-vindas. No cruzamento da esquerda, apareceu um alemão de 1,90m na área. Mario Bolatti parecia estar em cima de uma escada. Com a mesma naturalidade com que caminha, cabeceou. E fez o gol! Em sua estreia, fez o gol!

Bolatti logo sairia, cansado, carregando o posto de herói da estreia. Mas não da vitória. O problema é que o Emelec cresceu. No último minuto, Guiñazu, muito bem na partida, cometeu falta. A bola viajou na área. E Gimenez desviou de cabeça, entre uma zaga parada e um goleiro titubeante. Era o 1 a 1.