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Economia

Produtores seguram a soja e armazéns ficam lotados

A moeda americana está cotada a R$ 1,57, o que representa uma queda no câmbio que não favorece a exportação.

Diario MS

26 de Abril de 2011 - 14:51

Os armazéns ainda estão abarrotados com soja em Mato Grosso do Sul. Um dos motivos é a queda de preço do produto no mercado, que caiu em média 16% no último mês. À espera que o cenário fique mais favorável à venda, os produtores estão optando por estocar o produto.

Na Copacentro (Cooperativa Agropecuária do Centro-Oeste) 97 produtores armazenaram, pelo menos, 25 mil toneladas de soja e até agora somente 5 mil toneladas foram negociadas. “Continua muito pouca a comercialização, os produtores estão esperando melhora de preço para liquidar e principalmente na expectativa de uma reação do dólar”, disse o gerente geral da cooperativa, Antônio Takahito Nishimura.

A moeda americana está cotada a R$ 1,57, o que representa uma queda no câmbio que não favorece a exportação. A saca que chegou que ser vendida à R$ 45 pelos produtores, hoje está cotada a R$ 38 e o mercado permanece indefinido. “O produtor poderia ter vendido melhor, mas tem lucratividade no preço de hoje. Quem precisar vender, não está perdendo, só deixou de ganhar. A orientação para quem não precisa vender agora é esperar. Não tem como garantir que sobe o preço, mas tem muita coisa para acontecer ainda”, acredita o economista Leonardo Mussury,

Um dos fatores que devem influenciar no preço da saca no futuro é o plantio da safra de soja nos Estados Unidos. Como os norte-americanos nem devem expandir a área plantada como um todo, eles tem que escolher os produtos que vão plantar em detrimento a outros. Se escolherem menos soja, o ambiente se torna mais favorável à soja brasileira.


Mas, o posicionamento oficial dos estadunidenses deve ser definido entre o final de maio e começo de junho, quando a safra da soja estará nas lavouras. O economista explica que mesmo que haja uma diminuição da área plantada nos Estados Unidos ou perda de produto dos norte-americanos com os adventos climáticos, como a La Ninã, se houver uma nova queda do dólar, o cambio vai manter os preços da saca da soja brasileira em baixa.


A soja que ainda está nos armazéns não deve prejudicar a estocagem do milho, produto da próxima safra, já que com o atraso no plantio do grão, a colheita também será mais tarde e até lá, já pode ter havido uma diminuição no volume de soja presente nos armazéns.