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Policial

Cartório na fronteira pode ter contribuído para legalização de carros roubados

Campo Grande News

26 de Maio de 2011 - 08:41

O MPE (Ministério Público Estadual) comarca de Amambaí vai investigar a dona do cartório do município de Coronel Sapucai, Mafalda Donaria Viana Bonete, após indícios que fraudes nos registros tardios e de firma teriam contribuído para que cidadãos paraguaios falsificassem a documentação de veículos roubados no Brasil e os legalizassem no Paraguai.

De acordo com as investigações, sem qualquer nenhum documento de comprovação das informações prestadas, a proprietária do cartório cobrava R$ 20 parar os cartões de registro de firma em seu cartório em nomes de supostas testemunhas, que muitas não eram encontradas, quando procuradas. Ela ainda confessou que nunca recolheu o ISS (imposto sobre serviços).

De acordo com Etéocles Brito Mendonça Dias Júnior, Mafalda Donaria Viana Bonete, já está sendo processa por improbidade administrativa por irregularidades na direção do cartório de registro civil do município.

Em seu depoimento, Mafalda confessou que ela mesma realizava os registros, em que foram observados os erros em numeração de páginas, falta de testemunhas ou com informações inverídicas de endereços, em que ela não teria procurado comprovar a veracidade dos dados.

Mesmo negando que paraguaios assinavam como testemunhas, o que é proibido, ela é desmentida com as próprias certidões de seu cartório. Na ocasião, até mesmo pessoas nascidas na cidade paraguaia vizinha de Capitán Bado teriam sido registradas tardiamente como brasileiras.

De acordo com o promotor Eteócles, Mafalda alegou que não reconheceu o sotaque em Guarani e ou Castelhano dos paraguaios. No entanto em seu depoimento afirma que sempre viveu na fronteira e conhece bem as duas línguas.

A dona do cartório também não poderia traduzir documentos oficiais, sem conhecimentos especializados na área de línguas para tal serviço, isso teria contribuído para irregularidades, pois ela prestava este tipo de serviço.

O promotor afirma que posteriormente poderá ter uma linha de investigação mais extensa, que extrapole o objetivo inicial da ação para apurar essa situação das traduções ilegais de documentos.

A denúncia do Ministério Público está sendo apreciado no processo 004.11.000396/2, na comarca de Amambai. Mafalda responde o processo por improbidade administrativa e já foi notificada judicialmente para apresentar sua resposta.