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Esporte

Técnico do León arrisca "pagodón" do Raça Negra e comemora vitória

Antes "por um fio" no comando da equipe, Matosas se diz respaldado por jogadores, vibra com classificação na Libertadores e canta verso do sucesso "Cheia de manias"

Globo Esporte.com

10 de Abril de 2014 - 09:00

Gustavo Matosas foi do inferno ao céu em quatro dias. No sábado, o León empatou por 1 a 1, em casa com o Querétaro, pelo Campeonato Mexicano, e a situação que se delineava – apontada como crise nos jornais do país – não era nada favorável ao técnico. Ele próprio disse que estava “por um fio” no cargo de comandante da equipe.

Mas, nesta quarta-feira, no Maracanã, o cenário foi revertido: vitória emblemática dos visitantes por 3 a 2 sobre o Flamengo e a classificação para as oitavas de final da Libertadores. Não foi apenas um resultado positivo, diante da “impressionante”, como Matosas ressaltou, torcida rubro-negra. O time mexicano mostrou bom futebol, envolveu o adversário. Para o treinador, duas sensações: alívio e satisfação.

Da porta do vestiário do León, após a partida, ouvia-se alguma música latina. Os jogadores passavam contentes e falavam com os jornalistas. A felicidade era compreensível. Foi a primeira vez que a equipe mexicana triunfou fora de casa em uma Libertadores. A edição de 2014 é a segunda participação do clube na competição. Quando Gustavo Matosas apareceu, com um lenço branco com bolinhas verdes no bolso esquerdo de seu terno bege, foi solícito com os jornalistas. Entrou na sala de coletiva e disse: “Vamos cantar um ‘pagodón’ hoje”.

Argentino com naturalização uruguaia, Matosas atuou no São Paulo, no Atlético Paranaense e no Goiás como jogador, e contou que, em sua época no Brasil, escutava o grupo Raça Negra. A música “Cheia de Manias” é citada pelo técnico do León. Ele arrisca um verso: “Menina bonita sabe que é gostosa”. (veja no vídeo). Animado e sem saber que o grupo de pagode de mais de 30 anos fará um show no Rio de Janeiro nesta quinta-feira, o técnico diz que está feliz com o desempenho de seus comandados em campo.

– Estou muito contente pelo bom jogo que fizeram os meus jogadores. O time fez parte do espetáculo, atuou com seriedade, não se jogou no chão. Jogou um verdadeiro futebol. Nós ganhamos bem contra um grande time, que tem um grande treinador e uma torcida impressionante. Fomos superiores. O mais importante é a união que tem esse grupo. Eu sou um cara exigente, muito exigente. Se o jogador cumprir essas exigências, o time vai ganhar, não tem jeito. E eu sempre me sinto respaldado pelos jogadores.

O treinador tem o apoio dos atletas do León. O meia Nacho González caracterizou Matosas como o “pai” de todo o plantel mexicano e atribuiu ao comandante a eficiência de a equipe tocar a bola na vitória sobre o Flamengo.

– Matosas é um grande pai para todos nós jogadores. Estamos orgulhosos de toda a equipe. Fizemos uma partida inteligente, soubemos tocar a bola, e o técnico tem papel nisso. Fomos contundentes. Acho que o nosso funcionamento voltou a acontecer dentro de campo.

Autor do segundo gol do León no duelo do Maracanã, Mauro Boselli definiu a vitória sobre o Flamengo como um “momento histórico”. O atacante ressaltou as dificuldades contra um adversário que tem um enorme apoio de sua torcida.

– É um momento histórico. Valeu não só pelo resultado, mas pela forma como jogamos. Jogar em um ambiente hostil como esse, hostil no sentido do futebol, de torcida, é muito difícil, e nós conseguimos fazer um ótimo jogo.

O León terminou a primeira fase da Libertadores na segunda colocação do Grupo 7, com 10 pontos. De seis jogos, foram três vitórias – duas sobre o Flamengo –, duas derrotas e um empate.