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Sidrolandia

Estudantes deixam pra última hora e número de cadastrados supera expectativa em 62,5%

A previsão é de que até o encerramento, previsto para as 13 horas de hoje, este número seja elevado para 650 cadastros

Marcos Tomé/Região News

16 de Abril de 2014 - 12:26

Entre a tarde de ontem e manhã de hoje (ultimas horas de cadastro) uma “avalanche” de estudantes comparecem na Secretaria de Assistência Social para requer a gratuidade do transporte universitário. Só neste período foram efetivados aproximadamente 350 cadastros que somados aos 193 feitos na segunda-feira e manhã de terça, já ultrapassam um total de 500 inscritos (exatos 543).

A previsão é de que até o encerramento, previsto para as 13 horas de hoje, este número seja elevado para 650 cadastros, número 62,5% maior que a previsão inicial feita por técnicos que fazem avaliação do quadro socioeconômico dos candidatos, estimados em 400. Aumentou também o índice de estudantes com fichas indeferidas.

Com base no primeiro dia do levantamento, 15,03% dos pedidos tiveram avaliação negada porque não se enquadravam nas normas da gratuidade. Este percentual deve chegar a 20% até a finalização do processamento das informações. Acredita-se, caso seja mantida esta projeção, que 130 cadastros sejam descartados pela comissão técnica.

Estudantes deixam pra última hora e número de cadastrados supera expectativa em 62,5%Há muitos casos parecidos com do aposentado Fernando Cezar Sebastião (foto), de 55 anos. Ele estava na fila com a documentação em mãos, mas provavelmente terá o cadastro indeferido porque sua renda é de R$ 2.700,00. Cursando o 5º semestre de química na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Fernando alega que 66,67% de sua renda esta comprometida com pagamento de pensão e empréstimos em banco.

Para Genilda da Silva Farias Hora, técnica responsável pelos cadastros, casos como de Fernando Cezar tem sido comum durante apuração da renda familiar. Em sua avaliação, a comissão técnica que avalia as condições econômicas de cada indivíduo não deve levar em consideração o comprometimento da renda e sim, o valor per capito bruto.

Na pratica, por esta teoria, o aposentado estaria fora do enquadramento da gratuidade. O acadêmico do curso de enfermagem Cezar Memédio Ancantara, morador no Bairro São Bento, diz que reside com os pais, está desempregado e a renda da família é de 2 salários mínimos oriundas da aposentadoria de ambos.

“Eles também tem empréstimos, sobrevivemos com R$ 1050,00 que resta do vencimento. Não tenho condições de pagar o transporte”, afirma. Cezar tem 20 anos e está no primeiro semestre do curso. Outro caso semelhante é da assentada Roseni Pereira, de 35 anos. Ela afirma que mora com os pais, três filhos e a avó de 84 anos no assentamento Valinhos.

Desempregada, resolveu fazer o curso de Biologia na Unissel, polo de Maracaju. Ela diz que a renda da família, em torno de R$ 1.500,00, vem do sítio com vendas de hortaliças, leite, mandioca, queijo e derivados. Outra fonte de renda são as vendas na feira livre de Maracaju, onde leva seus produtos para comercialização. “Preciso da gratuidade. Não tenho condições de pagar”, relata.