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Esporte

Jayme admite que Cadu não será mais utilizado no Fla: "Para o bem dele"

Técnico diz que decisão visa preservar o meia na reta final da passagem pela Gávea: "O que aconteceu com ele é uma pena para o clube, que deixa de ter grande jogador"

Globo Esporte.com

19 de Abril de 2014 - 08:10

O que já era evidente nas entrelinhas agora é oficial: Carlos Eduardo não joga mais com a camisa do Flamengo. Faltando pouco mais de dois meses para o fim do empréstimo, o Rubro-Negro aguarda uma resposta do Rubin Kazan para uma rescisão antecipada do vínculo e a liberação para outro clube.

Enquanto isso não acontece, o meia segue treinando normalmente com os companheiros, mas Jayme de Almeida já definiu que não o utilizará em nenhuma das nove primeiras rodadas do Brasileirão. A despedida em campo aconteceu exatamente há um mês, na derrota por 1 a 0 para o Bolívar, em La Paz, pela Taça Libertadores da América.

Desde então, Cadu até viajou para o Equador para partida com o Emelec e convocado para concentração do confronto com o León, no Rio de Janeiro, mas não foi relacionado para o banco de reservas. Em entrevista ao GloboEsporte.com, Jayme admitiu que a passagem do jogador pelo Flamengo chegou ao fim e disse que a medida visa preservar o próprio meia dos protestos do torcedor, que viraram rotina.

O treinador reforçou que o ato determinante para decisão foi o lance na vitória por 5 a 2 sobre o Macaé, quando Carlos Eduardo foi muito criticado por desistir de jogada antes de desarme de Amaral que resultou em um gol de Hernane. Desde então, o camisa 20 entrou em campo somente mais três vezes (duas entrando no decorrer do jogo).

- Seria até uma maldade (escalá-lo). Já comentei o que aconteceu (diante do Macaé) e acho que foi uma maldade o que fizeram naquele lance. Botaram na televisão, falaram, e ele entrar em campo agora virou uma coisa complicada, para ser vaiado, ser hostilizado, ser xingado.

Isso acaba influenciando até o próprio time. O Cadu nos ajudou muito, foi campeão da Copa do Brasil, nos ajudou a não ser rebaixado e só tenho a agradecer. Torço muito para que ele volte a jogar com tranquilidade no clube para onde for e que seja muito feliz. É um menino que merece.

Infelizmente, chega uma hora que é até uma maldade colocá-lo, sacrificá-lo. É um atleta que entra em campo e não pode errar uma bola que só falta baterem nele. É para o bem dele não colocá-lo. Evita um desgaste

Jayme de Almeida

Jayme ressaltou ainda que o ambiente interno é positivo para Carlos Eduardo, mas a pressão externa acabou sendo determinante na história escrita pelo jogador com a camisa do Flamengo. Por fim, lamentou ainda que a passagem termine desta maneira.

- Todo mundo tem um carinho muito grande por ele. É um menino muito bom, que não faz mal a ninguém, está sempre alegre e brincalhão. Os meninos gostam muito dele e sabem que é muito importante para gente. O que aconteceu com ele é uma pena para o Flamengo, que está deixando de ter um grande jogador. O início foi duro, veio de contusão, muito tempo parado, mas já se adaptou. Infelizmente, chega uma hora que é até uma maldade colocá-lo, sacrificá-lo. É um atleta que entra em campo e não pode errar uma bola que só falta baterem nele. É para o bem dele não colocá-lo. Evita um desgaste. Nenhum atleta, nenhuma pessoa merece passar pelo que acontece com ele quando entra em campo.

Contratado no início de 2013 como principal nome do início de gestão de Eduardo Bandeira de Mello, Carlos Eduardo entrou em campo com a camisa do Flamengo em 49 oportunidades e marcou um gol: diante do Cruzeiro, no Mineirão, pelas oitavas de final da Copa do Brasil. Em 2014, foram apenas sete aparições.