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Política

Nos passos do pai, Simone mira Senado e define as prioridades de MS

Para ela, outro ponto crucial para o futuro do Estado é que a Reforma Tributária não ponha fim aos incentivos fiscais.

Campo Grande News

23 de Abril de 2014 - 15:19

Pré-candidata ao Senado, a vice-governadora Simone Tebet (PMDB) conheceu o universo político aos 5 anos. Com o pai Ramez Tebet nomeado prefeito de Três Lagoas, a menina viu a casa fervilhar com visitantes ilustres e decisões políticas.

Hoje, aos 44 anos, ao buscar uma vaga no Senado, último local onde o pai cumpriu mandato, propõe uma plataforma de campanha em que a resolução de problemas macros e espinhosos da esfera federal – como reforma tributária e Lei Kandir – podem impactar na vida de todo dia de quem precisa de médico no posto de saúde e segurança.

“No último ano, pagaram 7% do que nos deviam da Lei Kandir. A perda é de quase R$ 600 milhões por ano, isso resolveria o problema da saúde pública em Mato Grosso do Sul”, afirma.

Para elevar o PIB (Produto Interno Bruto), a legislação prevê que o Estado isente impostos de produtos primários destinados à exportação. Como a unidade da federação deixa de arrecadar, cabe à União o pagamento de compensação. No entanto, Mato Grosso do Sul sempre recebe a menor.

Segundo a pré-candidata, outro grande embate, que compara ao duelo Davi versus Golias, é a renegociação da dívida com a União, que compromete 15% da receita estadual. “A cada 1% que conseguisse reduzir, teria a economia de R$ 150 milhões por ano. Isso daria para equipar as nossas delegacias”, salienta Simone.

Para ela, outro ponto crucial para o futuro do Estado é que a Reforma Tributária não ponha fim aos incentivos fiscais. “Fui prefeita que se reergue graças à industrialização. Os empresários não vêm para Mato Grosso do Sul por conta dos nossos belos olhos, o Pantanal, Bonito. Eles fazem uma conta muito simples: quanto custa produzir em Mato Grosso do Sul e distribuir para os grandes centros? Nada é mais caro do que o frete, precisa de mecanismo de compensação”, afirma. Simone foi prefeita de Três Lagoas, município da região Leste que registrou forte incremento da economia capitaneada pela chegada de empresas gigantes do setor da celulose.

Formada em Direito e professora universitária, Simone culpa a estrutura centralizadora, que deixa mais de 60% da arrecadação “nas mãos” da União, pela demora do poder público em atender aos cidadãos. “A dor não espera”, enfatiza.

Expectativa - Com o cenário de alianças ainda indefinido e sendo costurado em grande parte pelo governador André Puccinelli (PMDB), Simone aguarda a definição dos partidos aliados para a definição de suplentes na chapa. Ela também espera posicionamento do PMDB sobre a disputa presidencial.

Enquanto Puccinelli antecipou apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT), Simone diz que aguarda definição partidária.

A vice-governadora detalha que o momento crucial, que fez Puccinelli ser grato a presidente, foi o financiamento dos recursos para o programa MS Forte 2. “Muitas forças ocultas impediam”, cita. Com a intervenção presidencial, o projeto pôde sair do papel.

O PMDB, que vai lançar o ex-prefeito de Campo Grande, Nelsinho Trad, candidato a governo, faz encontro regional em Dourados no próximo sábado. Cumprida a etapa de aprovação interna as candidaturas, Simone e Nelsinho partem para a corrida eleitoral.

No decorrer da campanha, ela vai percorrer o Estado para que a plataforma eleitoral tenha as sugestões das ruas. “Tenho a máxima que aprendi com o meu pai que o homem público não tem vontade pessoal, mas tem que ouvir as ruas”, diz.

Aliás, a figura do pai é presença recorrente no discurso, na expressão emocionada e na trajetória da pré-candidata. “Sem saber, realizei a última vontade do meu pai. Quando fui empossada prefeita, chegou o fax com o resultado do exame que mostrou que o câncer tinha voltado na vida dele. Depois de um ano e pouco, nós o perdemos”.