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Policial

Padrasto tenta matar garoto de 13 anos com corrente, espremedor e martelo

O caso aconteceu na madrugada de hoje no Bairro Bosque do Carvalho, em Campo Grande

Campo Grande News

09 de Julho de 2014 - 16:56

Um homem foi preso acusado de tentar matar o enteado, um garoto de 13 anos, com martelo e corrente. O caso aconteceu na madrugada de hoje no Bairro Bosque do Carvalho, em Campo Grande. O menino foi salvo por uma vizinha e o padrasto foi detido após o Conselho Tutelar acionar a Polícia Civil.

Esta é a segunda vez que o adolescente é alvo da fúria do padrasto. Filho de uma gari, que passa a noite fora de casa, ele foi acordado por Micael Paulino Gomes, 39 anos, na madrugada sendo agredido por espremedor de alho.

Segundo a conselheira tutelar da região Norte, Vânia Nogueira, o menino conseguiu escapar. Revoltado, Paulinho pegou um martelo e tentou matá-lo ao acertar o objeto na sua cabeça. No entanto, por sorte, o martelo o atingiu de raspão e causou um corte. “Se tivesse acertado, tinha matado”, contou a conselheira.

Com o menino sangrando, o padrasto retirou uma corrente no portão e começou a agredi-lo. Havia sinais da corrente no pescoço e nas costas. O Conselho Tutelar Norte apurou que o adolescente conseguiu escapar da fúria do padrasto e pediu socorro para uma vizinha, que o encaminhou ao Centro Regional de Saúde do Bairro Nova Lima, na saída para Cuiabá.

Os funcionários do posto viram as agressões e acionaram o Conselho Tutelar. Vânia Nogueira acionou a DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), que foi à residência e prendeu Micael Paulino Gomes. Ele foi preso em flagrante.

Ao delegado Paulo Lauretto, o padrasto contou que bateu no menino porque ele não quis ficar com o bebê de um ano. Ele ia buscar a mãe das crianças, que trabalha como gari na cooperativa de coleta seletiva do município.

Ele admitiu ter agredido ele com o martelinho para amassar alho e com a corrente. Negou ter jogado o martelo na cabeça. Inicialmente, a mãe se revoltou com a atuação do Conselho Tutelar e defendeu o marido. Ela justificou que o filho “era danado”. No entanto, mais tarde, sob risco de ser indiciado por acobertar as agressões, ela apresentou nova versão em depoimento à Polícia Civil. A mulher disse que era agredida e só não denunciou o marido porque sofria ameaças.

O delegado contou que vai indiciar o padrasto por tentativa de homicídio.

Histórico – Essa não foi a primeira agressão sofrida pelo garoto. Em 2012, o Conselho Tutelar foi acionado e o retirou da guarda da mãe. Na época, de acordo com Vânia, com 11 anos, o menino foi obrigado a passar a noite fora de casa e dormir na laje como castigo.

Na ocasião, ele foi encaminhado para o pai. No entanto, o homem, que cuida de uma horta, devolveu o garoto para a mãe e não avisou o conselho. O menino contou que o pai cuida de oito filhos, sendo quatro com sua mãe e outros quatro com outra mulher.

Com sinais das agressões, o garoto não corre risco de vida e está internado na Santa Casa da Capital, onde será submetido a exame de tomografia. Ainda hoje, ele será encaminhado ao IMOL (Instituto Médico e Odontológico Legal) para o exame de corpo delito.

Segundo Vânia Nogueira, o menino deve ir para um abrigo. Os conselheiros vão analisar a situação e ver se o entregam, de novo, ao pai.