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Política

Usuários em MS crescem 975% e Facebook vira arma eleitoral

Na última eleição para governo, a nova arma eleitoral tinha bem menor poder de fogo. Em 2010, Mato Grosso do Sul contava com 106 mil usuários no Facebook

Campo Grande News

25 de Julho de 2014 - 15:09

“O poderoso chefão”, “Tonhão Marreta”, Consul D'araque”. Ilustres desconhecido, os perfis falsos no Facebook monopolizam a Justiça Eleitoral neste começo de campanha em Mato Grosso do Sul. Os números demonstram o peso e influência da rede social. No Estado, são 1,8 milhão de eleitores. Enquanto o total de usuários do Facebook em Mato Grosso do Sul é de 1,1 milhão.

Na última eleição para governo, a nova arma eleitoral tinha bem menor poder de fogo. Em 2010, Mato Grosso do Sul contava com 106 mil usuários no Facebook. Portanto, em quatro anos, o aumento foi de 975%.

“O Facebook popularizou muito. As coisas na internet sempre acontecem de maneira exponencial, não é [crescimento] linear. Uma vez um grupo adota, mais dois adotam, quatro, oito. É muito acelerado. O Facebook já representa 1,3 bilhão de pessoas no mundo”, afirma o diretor comercial da 8020 Marketeria Digital, Kenneth Côrrea, que fez o levantamento do número de usuários em Mato Grosso do Sul a pedido do Campo Grande News.

Enquanto acionam o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) para retirada de fakes, que usam o anonimato para ventilar denúncias, as assessorias jurídicas do candidatos sabem que novos perfis falsos virão para substituir quem já foi banido da rede social.

“É uma situação um pouco sem solução. A partir do momento que o perfil é bloqueado, surge outro”, afirma o advogado da coligação “Mato Grosso do Sul com a força de todos”, Rafael Medeiros Duarte. Segundo ele, a equipe do candidato Delcídio Amaral (PT) monitora as redes sociais na caçada aos perfis falsos.

Além do bloqueio, o Facebook tem prazo para apresentar os números de IPs (internet protocol) de onde foram acessados perfil e os endereços eletrônicos a eles vinculados para login. De acordo com o advogado, o recurso para que a PF (Polícia Federal) investigue. Desta forma, o fake pode ganhar nome e sobrenome e responder criminalmente pelo teor das postagens.

Ainda livre desta modalidade de ataque, Evander Vendramini, candidato do PP ao governo do Estado, avalia que se esconder atrás de um nome falso para faze ataques é covardia. “Atingir a honra de qualquer candidato é uma covardia muito grande falta de respeito. Que use a sua própria página, com nome e foto”, afirma.

Conforme Evander, a assessoria de campanha foi orientada a utilizar as redes sociais com responsabilidade. Nesta campanha, ao menos 15 perfis foram retirados da rede social por ordem da Justiça Eleitoral. A criação dos fakes pode acarretar, para o responsável, penas de até dois anos de prisão e multas que podem ultrapassar R$ 100 mil.

Conforme as decisões, as ofensas desequilibram o pleito e transbordam o limite da crítica aceitável, “mormente quando são falsos e anônimos, o que configura crime eleitoral e propaganda ilícita”.