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Sidrolandia

Países querem criar banco de dados para combater crimes na fronteira

Evandro apresentou duas propostas para reduzir os índices. Uma delas foi a manutenção de forte fiscalização

Correio do Estado

25 de Julho de 2014 - 15:45

Autoridades de segurança pública do Brasil e da Bolívia discutiram formas para reduzir os índices de furtos e roubos de veículos, na região fronteiriça de Corumbá com as cidades bolivianas de Puerto Quijarro e Puerto Suárez, durante encontro realizado Entre as propostas, está a criação de um banco de dados comum entre os dois países, com a identificação de veículos furtados e roubados, tanto em território brasileiro como na Bolívia. Também foi discutida a adoção de políticas institucionais de governo relacionadas ao setor de segurança pública e intensificação do trabalho de fiscalização, que requer efetivo maior para as forças policiais.

O delegado regional da Polícia Civil de Corumbá, Evandro Corredato, disse que, em avaliações mensais, apenas os casos de roubo e furto de veículos não conseguem sair do vermelho. “Temos que instaurar um mecanismo independente de comando tanto no Brasil como na Bolívia, pois em dois anos e meio que me encontro na cidade de Corumbá, já tivemos dez trocas de comando da polícia boliviana”, comentou.

Evandro apresentou duas propostas para reduzir os índices. Uma delas foi a manutenção de forte fiscalização. A outra se baseia numa ação institucional de troca de informações. “Podíamos manter uma troca de informações, o que não acontece com frequência, que não esteja sujeita a troca de comandos”, afirmou.

Representantes da Polícia Militar Rodoviária e do Departamento de Operações de Fronteira (DOF) sugeriram a adoção de um cadastro permanente com informações sobre carros roubados e furtados nos dois países, com acesso direto das autoridades brasileiras e bolivianas de segurança. As propostas ainda serão estudadas.

Nacionalização não admite irregularidades

As autoridades bolivianas defenderam a política de nacionalização de veículos adotada naquele país. “Empregamos ações severas para evitar a legalização de veículos que entram ilegalmente na Bolívia. Entre essas ações estão a fiscalização em postos de combustíveis e em pontos de nossas rodovias”, afirmou o coronel, chefe da Unidade de Segurança em Fronteira da Agência para o Desenvolvimento das Macrorregiões e Zonas Fronteiriças (Ademaf), Victor Tordoya Echeverria.

Victor destacou que a nacionalização de veículos irregulares é algo “completamente impossível” de acontecer em seu país. “Veículo roubado não é nacionalizado na Bolívia, há uma série de regras. Estamos combatendo duramente a clonagem de placas, identificando os responsáveis, prendendo e apreendendo os veículos”, disse. “O importante é que possamos compartilhar informações”, completou o chefe da Unidade de Segurança em Fronteira da Ademaf.

Representante do Ministério Público da Bolívia, José Centenaro, reforçou que o Estado boliviano promove o combate a esse tipo de crime. “Há uma política séria do governo nacional para evitar a entrada de veículos furtados ou roubados. O estado boliviano não legaliza esse tipo de veículo, trabalhamos com ações e políticas sérias para que todos entrem na legalidade”, disse, destacando ainda que a legislação local proíbe importação de carros com mais de três anos de fabricação.