Logomarca

Um jornal a serviço do MS. Desde 2007 | Sexta, 29 de Março de 2024

Sidrolandia

Nas ruas de Bonito, festival garante estreias que dificilmente chegariam aqui

O Festival de Bonito tem esse como o melhor lado, o de trazer para Mato Grosso do Sul nomes e espetáculos que dificilmente viriam por outra via

Campo Grande News

30 de Julho de 2014 - 15:42

Com rabecão banjos e bandolins, o grupo Mustache e os Apaches será uma das boas novas trazidas pelo Festival de Inverno de Bonito. Os integrantes estão juntos há três anos, se encontraram em uma república em Perdizes, na Zona Oeste de São Paulo (SP), começaram no improviso e lançaram em 2013 o primeiro disco de inéditas.

A banda já fez turnê na Europa, terá clipe novo lançado pela MTV, mesmo assim continua com uma diferença primordial, ainda gosta de estar nas ruas, com o folk urbano.

O Festival de Bonito tem esse como o melhor lado, o de trazer para Mato Grosso do Sul nomes e espetáculos que dificilmente viriam por outra via.

Além da estreia por aqui de gente que já conquistou reconhecimento na música brasileira, como Tulipa Ruiz, o evento também tem na programação arte feita de dança, intervenções no meio da rua e teatro, tudo de graça.

A bailarina paulista Mariana Piza, por exemplo, traz duas coreografias, ambas interativas. Ela deve parar as ruas de Bonito vestida de macacão de luzes de led no espetáculo "Cora-me". Com caixas de som a tira colo, vai convidar o público a ouvir seus corações usando um estetoscópio.

Em outro momento, ela mudará o figurino para apresentar "Formas-me", que começa com a pergunta: “Você gostaria de ajudar a formar uma pessoa?”. Com macacão e peças de Lego, Mariana dependerá dos espectadores para o encaixe das peças na roupa que usa.

Também com movimento, o Coletivo Grua quer fazer o público pensar em quanto o homem capitalista perdeu sensibilidade com o espetáculo “Corpos de Passagem”. Em uma reflexão sobre a submissão atual aos padrões sociais, eles vestem ternos e improvisam movimentos, na tentativa de transformar o dia a dia numa rotina menos árida e formal.

Nos espaços públicos, os grupos discutirão, inclusive, a arte, de uma forma mais densa. Também de São Paulo, o Grupo Xpto e “Lorca Aleluia Erótica”, por exemplo, se propõem a romper as convenções em torno da obra de Federico García Lorca, contra a fixação nas castanholas, no exotismo flamenco e nos traços sombrios comuns em encenações do autor. O programa vale, no mínimo, pelos 23 anos de experiência.