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Policial

Polícia investiga pichação em prédio e suspeita de morador, diz delegado

Topo do prédio de 19 andares foi pichado, em Campo Grande. Delegado diz que ousadia é característica dos pichadores

G1 MS

31 de Julho de 2014 - 10:03

A pichação no topo do prédio de 19 andares, localizado na rua Rui Barbosa, no bairro São Francisco, em Campo Grande, está sendo investigada pela Delegacia Especializada de Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista (Decat). O caso foi registrado na última quarta-feira (30), na 2ª Delegacia de Polícia.

O titular da Decat, delegado Silvano da Mota, disse a reportagem que vai analisar imagens de segurança do local, mas adiantou que a principal suspeita é de que algum morador do prédio possa ter praticado a pichação ou contribuído para isso.

"É um ponto de partida e uma questão que não pode ser desconsiderada. Justamente pela forma de acesso do condomínio, que só seria possível sendo morador ou pelo intermédio de um morador que permitiu a entrada de quem quisesse pichar as paredes desse imóvel. É até uma coisa que a gente estranha porque eles [pichadores] não fazem pichação na casa deles", explicou Mota.

Modo de agir
De acordo com o delegado, pincéis de rolo, tintas em spray e garrafas pet são materiais geralmente usados pelos pichadores, que percorrem diversos pontos da cidade para escrever ou desenhar em locais públicos sem autorização dos donos dos imóveis.

"Geralmente, são adolescentes e jovens, que agem durante a noite, em momentos sem movimentação de pessoas, e muitas vezes usam boné ou capuz para se esconder", afirmou o delegado.

Ousadia
Outra característica descrita pelo delegado é a ousadia em pichar locais inusitados ou de difícil acesso. "Faz parte da diversão deles, quanto mais ousado e dificultoso for, melhor para eles. É uma característica entre eles se valorizar por isso. Esse é o perfil do pichador, que geralmente faz disso uma aventura", explicou.

Ainda conforme Mota, até o grafite, considerado arte, pode se tornar pichação se for feito sem autorização do dono do imóvel.

Estatísticas
Segundo a Decat, muitos casos de pichação não são registrados pela população.

"Existe uma demanda até maior, mas em virtude de muita gente desconhecer o crime acaba não registrando e não chega até a delegacia", explicou Mota.

Um dos fatores que contribuem para a prática deste delito, previsto na lei de crimes ambientais, é que não existe pena de prisão, segundo Mota. "É crime tipificado na lei dos Crimes Ambientais, artigo 65, mas, eles sabem que não vão ficar presos, mesmo quando são maiores de idade, e que são liberador depois de assinar um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO)", ressaltou.

Quando o autor da pichação é identificado, além da multa ainda é obrigado a reparar o dano causado pela pichação, segundo a polícia.