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Sidrolandia

Produtor de Santa Catarina arrenda 5 mil hectares da Usina Santa Olinda para plantar soja

Pelo menos três famílias já estão morando na agrovila da antiga usina e alguns ex-funcionários foram contratados para atuar como tratoristas.

Flávio Paes/Região News

22 de Agosto de 2014 - 09:03

Um produtor rural de Santa Catarina arrendou até 2019, 5 mil dos 7,5  mil hectares da área agrícola da Usina Santa Olinda, no Distrito de Quebra Coco. A indústria está desativada desde junho do ano passado quando aproximadamente 300 funcionários foram demitidos. Há três semanas familiares e funcionários contratados pelo arrendatário iniciaram o trabalho de remoção da lavoura de cana de açúcar, deixando resíduo como cobertura do solo que será preparado para o plantio de soja.

Pelo menos três famílias já estão morando na agrovila da antiga usina e alguns ex-funcionários foram contratados para atuar como tratoristas. O arrendatário já manteve contato com o prefeito Ari Basso pedindo seu apoio junto à Enersul para conseguir religar a energia elétrica cortada há mais um de ano depois que os proprietários da usina, o Grupo J. Pessoa, não pagava a conta de luz, acumulando uma dívida superior a R$ 3 milhões.

Segundo Amilton Afonso Vilela Filho, que lidera um grupo de ex-funcionário da Santa Olinda empenhado no cultivo de 150 hectares da empresa, há informações de que o produtor gastou R$ 200 mil só no concerto de alguns tratores e implementos agrícolas. Ele estaria pesquisando a compra de uma chácara próxima a Quebra Coco, onde planeja construir uma estrutura de silo e armazenagem. "É um sinal de que está disposto a investir e se estabelecer por aqui", comenta.

Amilton, o Farofa como é conhecido, não acredita que a usina volte a operar por um longo período. Ele lembra que desde o fechamento da indústria surgiram muitas especulações sobre venda ou arrendamento. O negócio chegou até ser anunciado pela ex-secretária de Produção, Teresa Cristina. O próprio governador André Puccinelli também especulou sobre um possível interesse do Grupo Tonon, proprietário de usinas em São Paulo em Vista Alegre, distrito de Maracaju.

Mais recentemente surgiu a informação de que o Grupo J.Pessoa arrendou as terras e teria recebido três anos adiantado, dinheiro destinado a pagar parte do passivo trabalhista da empresa. Na prática esta proposta não se concretizou tanto que os ex-funcionários até aqui não receberam um único centavo dos seus direitos. O próprio Farofa, que tem para receber R$ 80 mil, está confiante no sucesso da sua lavoura na área que a empresa cedeu a ele e a outros 28 funcionários, dos quais, só 15 continuam empenhados no projeto.