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Sidrolandia

Gasto de planos de saúde com doentes subiu 16%, afirma instituto

Segundo o IESS, essa diferença de 10,1 pontos percentuais entre a inflação e os custos é muito maior que no resto do mundo

Uol

26 de Agosto de 2014 - 07:50

Os planos de saúde gastaram, em 2013, 16% mais com seus clientes de contratos individuais, em relação a 2012. Esses gastos foram feitos principalmente com internações, consultas, exames, e terapias. O cálculo foi feito pelo IESS (Instituto de Estudos de Saúde Suplementar). O instituto diz que isso é muito, se comparado com a inflação oficial, que ficou em 5,9% pelo IPCA em 2013. 

Segundo o IESS, essa diferença de 10,1 pontos percentuais entre a inflação e os custos é muito maior que no resto do mundo. Além disso, o reajuste das mensalidades que os clientes pagam foi de 9,65% em 2013/14, menor do que o aumento dos custos. Os planos individuais representam hoje cerca de 20% do mercado. A maior parte dos consumidores tem, atualmente, planos coletivos.

Internações são responsáveis pela maior parte dos custos. As internações são responsáveis pelos maiores gastos das operadoras (61% do total). Segundo o IESS, os gastos dos planos com usuários de planos de saúde com 59 anos ou mais também pesam nos custos. Esses clientes correspondem a 23,1% do total de beneficiários.

Para efeito de comparação, na população geral as pessoas dessa faixa etária são 10,8% do total, segundo dados do Censo do IBGE de 2010. O superintendente-executivo do IESS, Luiz Augusto Carneiro, diz que os custos dos planos tradicionalmente variam mais do que a inflação oficial, tanto no Brasil como em outros países.

"O que chama atenção, entretanto, é a diferença de 10,1 pontos porcentuais entre os dois indicadores. Essa é uma diferença muito grande se compararmos com a diferença desses indicadores em outros países", diz Carneiro.

Aumento de gastos faz parte da atividade, diz advogada

Todos os anos, a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) determina um índice máximo de reajuste para os planos individuais. Esse reajuste serve, em parte, para compensar a alta de custos das operadoras.

Neste ano, o índice máximo determinado pela ANS foi de 9,65%. O porcentual se refere ao período entre maio de 2013 e abril de 2014. Segundo o IESS, nos 12 meses incluídos nesse período a alta dos custos dos planos também foi de cerca de 16% (o índice registrado em todo o ano de 2013).  Os custos, assim, não teriam sido totalmente repassados para o consumidor, uma vez que o reajuste dos planos foi menor (9,65%).

Para Joana Cruz, advogada do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), o aumento dos custos das operadoras faz parte do risco relacionado à atividade dessas empresas. "Qualquer empresa está sujeita a ter um período em que lucra muito e outro em que lucra pouco. O que ela não pode é repassar isso para o consumidor", diz a advogada. "As empresas gostam de falar dos custos que têm, mas não falam que também têm muitos lucros."