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Sidrolandia

Infraero nega problemas em desfibrilador usado em socorro de passageiro

Um dos passageiros que auxiliou no socorro ao idoso, o empresário Claudio Galante, 38 anos, conta que o aparelho estava sem bateria

26 de Agosto de 2014 - 11:02

Diante da revolta de passageiros e parentes em razão da morte do idoso Wilson Dario Assis dos Santos, 81 anos, enquanto desembarcava de um voo no Aeroporto Internacional de Campo Grande, a Infraero (Empresa Brasileira de Insfraestrutura Aeroportutária) negou qualquer problema em relação ao funcionamento do desfibrilador do aeroporto, na tarde de ontem (25).

Um dos passageiros que auxiliou no socorro ao idoso, o empresário Claudio Galante, 38 anos, conta que o aparelho estava sem bateria quando foi levado por funcionários até a pista, onde o idoso caiu após uma parada cardíaca.

Questionada pela reportagem, a assessoria da Infraero negou a situação. “Essa informação não procede. O desfibrilador do Aeroporto de Campo Grande estava operacional e foi colocado à disposição para o atendimento do idoso até a chegada da ambulância do SAMU, às 12h19”.

Segundo os relatos do passageiro, mais de 20 pessoas, entre funcionários da Azul Linhas Aéreas e da Infraero, acompanharam as massagens cardíacas feitas pelo empresário em companhia de um médica da Aeronáutica. “Todos viram que o aparelho estava descarregado, sem bateria”, explica.

O socorro de um aparelho apto para a reanimação só veio 45 minutos depois de o idoso passar mal. Uma ambulância do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) chegou ao local, mas Wilson já estava morto.

Caso – Wilson estava em um voo da Azul que saiu de Cuiabá e pousou em Campo Grande. Segundo a neta Janaina Santos Romeiro, 27 anos, o avô foi até a cidade do Mato Grosso visitar parentes.

Por volta do meio-dia, quando desceu do avião acompanhado por funcionários da Azul, Wilson passou mal e desmaiou ainda na pista. Funcionários de solo da Azul foram até a sala de embarque perguntando se havia um médico no local. “Eles estavam bem desesperados e como eu sou socorrista me apresentei junto com um médico da aeronáutica. Fomos até a pista e o senhor ainda estava vivo, mas em parada cardíaca”, conta Claudio.

O empresário e o médico deram início às massagens cardíacas cerca de 10 minutos depois que Wilson caiu na pista. “Ele chegou a voltar duas vezes e então pedidos apoio da Infraero para buscar um desfibrilador”, conta. Depois de 15 minutos, o aparelho chegou, mas para a surpresa de todos, não funcionou.

Sem o aparelho essencial para reanimar o idoso, o empresário e o médico pediram para que uma ambulância fosse chamada. Depois de 30 minutos, conforme relatos de Claudio, uma viatura do Corpo de Bombeiros chegou, mas não havia equipamentos responsáveis para reanimação.

Depois de 45 minutos após a queda na pista, o idoso continuou recebendo a massagem cardíaca dos passageiros. Só então, depois da insistência do empresário, a tripulação do voo buscou um desfibrilador que estava dentro da aeronave. No entanto, no mesmo momento a viatura do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) chegou.

O Campo Grande News entrou em contato por telefone e e-mail com a assessoria de imprensa da Azul Linhas Aéreas, mas não houve retorno até o fechamento da reportagem.