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Sidrolandia

Caciques negam que índios tenham destruídos sede da Fazenda Água Clara

Os terenas entraram na propriedade ao confundir a prisão de um dos membros da tribo, Arcênio por policiais à paisana, com sequestro.

Flávio Paes/Região News

30 de Agosto de 2014 - 09:08

Os caciques das aldeias Água Azul Argeu Reginaldo e Córrego do Meio negam que membros das comunidades destruíram parte da sede da fazenda Água Clara, ocupada por eles quarta-feira à noite. Os terenas entraram na propriedade ao confundir a prisão de um dos membros da tribo, Arcênio  Duarte, por policiais à paisana, com sequestro.

"Foi um equívoco, o pessoal entrou [na fazenda], mas lodo depois que souberam que se tratava de policiais, saíram", disse Argeu ao G1. Segundo ele, os índios deixaram a sede da fazenda do mesmo jeito com que a encontraram.

A Fazenda Água Clara, embora seja uma das 31 propriedades reivindicadas pelos terenas como parte da Reserva Buriti, não estava ocupada. A propriedade é alvo de uma disputa judicial entre os herdeiros que brigam para assumir o controle do inventario.  Na quarta-feira à noite três policiais militares à paisana foram na área para fazer um levantamento que servirá de base  para reintegração de posse em favor de uma das herdeiras.

 No caminho, passaram por uma propriedade vizinha, em que os terenas estão acampados.  O indígena Arcênio foi flagrado portando uma arma de fogo e colocado em viatura descaracterizada.

"Ninguém imaginou que era a polícia. Nós imaginamos sequestro por parte dos seguranças [da fazenda]", disse Antônio ao G1.

Diante da situação, um representante da Fundação Nacional do Índio encaminhou representante para conversar com os indígenas e montou uma comissão para denunciar o caso na delegacia. No entanto, quando o grupo chegou à unidade, encontrou o companheiro preso. Os caciques afirmam que ligaram para as pessoas que estavam ocupando a fazenda e todos eles deixaram o local.

A maior parte dos cômodos foi destruída, assim como parte de uma ponte de madeira, um paiol e um galpão em que eram armazenados materiais agrícolas e ração. Imagens de Nossa Senhora e São Miguel Arcanjo, que ficavam na entrada do lugar, foram quebradas.

Segundo o delegado responsável pelo caso, Enilton Zalla, os indícios apontam que foram os índios que danificaram a fazenda. Ele diz que a ação da PM foi legítima. Na propriedade, foram presas quatro pessoas e dois adolescentes apreendidos por formação de milícia privada, posse de droga, e porte e posse de arma.