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Sidrolandia

"Instituição é falida e corrupta", diz ex-dirigente da Cruz Vermelha

Segundo Choucino, os valores apontados pelo Ministério Público catarinense como "desvios" referiam-se à remuneração da Cruz Vermelha pelo serviço no hospital

Folha

01 de Setembro de 2014 - 14:34

A atual diretoria da Cruz Vermelha (CV) nacional afirma que as denúncias referem-se à gestão anterior, que está tentando "recuperar a imagem" da instituição e que tem "livre-arbítrio" para escolher seus membros, mesmo que eles sejam réus em processos.

Já o ex-vice-presidente da CV, Anderson Choucino, principal alvo da atual diretoria, nega ter feito desvios tanto no caso das campanhas humanitárias como no do hospital de Balneário Camboriú (SC).

Segundo Choucino, os valores apontados pelo Ministério Público catarinense como "desvios" referiam-se à remuneração da Cruz Vermelha pelo serviço no hospital. Choucino diz ainda que foi acusado após sofrer perseguição dos atuais diretores da CV.

"A CV no Brasil é uma instituição falida, corrupta, autoritária e não transparente. Ironicamente, estamos diante de uma instituição humanitária' que trava uma guerra interna permanente pelo poder", diz. "Não existe outro caminho senão uma intervenção [internacional]".

'LIVRE-ARBÍTRIO'

Questionado sobre dirigentes da CV que são réus em processos pelo país, o secretário-geral da instituição, Paulo Roberto Costa e Silva, disse que as eleições desses integrantes são "democráticas".

"A gente não tem ingerência nenhuma sobre isso. É o tal negócio: existe um Conselho Diretor nacional que tem livre-arbítrio para escolher seus representantes."

O presidente do Conselho Fiscal da CV, Fernando Antunes, admite que as investigações já feitas contra ele –como na operação Caixa de Pandora– e a condenação a devolver R$ 200 mil para um condomínio no Distrito Federal constituem "manchas" em sua história, mas diz que suas ações na CV são "em benefício da instituição".

Nesses casos e na ação em que é acusado de contratar sem licitação a empresa Toesa –que era de seu colega da CV Daniel Gomes da Silva–, Antunes nega irregularidade. A reportagem não conseguiu contato com o empresário Silva nos telefones fornecidos pela CV como sendo dele.

O governo da Paraíba, em nota, disse que a CV foi contratada sem licitação para gerir o Hospital de Trauma, em João Pessoa, porque havia um decreto de emergência devido à "situação caótica" do local.

Ainda segundo o governo, a CV atendeu à legislação paraibana-criada na atual gestão– para prestar o serviço. A reportagem não conseguiu localizar os ex-dirigentes da filial de Petrópolis da CV, condenada por sumir com o dinheiro das UPAs de Brasília.