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Sidrolandia

Vendaval de 40 minutos destelha 16 casas e deixa rastro de destruição no Santa Lúcia

Uma das situações mais dramáticas é o da dona Maria Simone dos Santos, 38 anos, do lote 75, que teve metade da casa destruída.

Flávio Paes/Região News

21 de Setembro de 2014 - 23:31

Na sexta-feira um vendaval, acompanhado de chuva, que durou aproximadamente 40 minutos, deixou um rastro de destruição no Assentamento Santa Lúcia, provocando destelhamento total ou parcial de 16 casas.

A tempestade também derrubou alguns postes da rede elétrica, o que interrompeu o fornecimento de energia no assentamento por quase 24 horas.  A energia só foi restabelecida no sábado por volta das 17 horas. O Santa Lúcia tem 100 famílias e fica a aproximadamente 20 quilômetros do centro da cidade, na saída para Maracaju.

Uma comissão da Associação dos Moradores, em companhia dos vereadores Edno Ribas (licenciado) e Chester de Almeida Hortêncio, vai nesta segunda-feira pedir ajuda da Secretaria da Assistência Social para algumas famílias em condições mais precárias.

Uma das situações mais dramáticas é o da dona Maria Simone dos Santos, 38 anos, do lote 75, que teve metade da casa destruída (a sala, o banheiro e o quarto das crianças). O vento não só arrancou esta parte do telhado (coberto com Eternit e sustentado por postes de eucalipto) como derrubou parte das paredes.

Em companhia dos quatro filhos ela está desde sexta morando nas duas peças que fica nos fundos da casa. A mobília que estava nas peças destruídas (além de um aparelho de TV) estragou porque ficou exposta a chuva. O marido de dona Simone, Jarivano de Oliveira, ainda não sabe o que aconteceu.

Ele mora em Campo Grande onde trabalha como gari da Solurb. “Estou ligando para ele e sempre cai na caixa de mensagem”, relata. Na sexta-feira quando aconteceu à tempestade ela não estava em casa. A assentada veio à Sidrolândia receber o bolsa família e deixou a filha mais velha, Natalia dos Santos (14 anos) com a caçula, Bianca dos Santos (dois anos).

Os outros dois filhos (ambos garotos) estavam na escola. “Estava chegando à cidade, na altura do Posto Global, quando os vizinhos me ligaram dizendo que o vento tinha destelhado metade da minha casa. Tomei um susto e já imaginei que tinha acontecido o pior com as minhas filhas”, conta. Natalia e Bianca, enquanto o vendaval acontecia se esconderam embaixo da cama no quarto dos fundos que resistiu ao que parecia ser um tornado.

Dependendo do bolsa família e do salário do marido como gari para sobreviver, dona Simone não tem condições de reconstruir a parte da casa derrubada pela tempestade. Os vizinhos já doaram 9 telhas de Eternit, alguns sacos de cimentos, além de 250 tijolos de oito furo, material insuficiente para deixar as peças em condições de ser utilizada.

http://i.imgur.com/b49qjl9.jpgO vendaval também provocou estragos na casa do lote 76, pertencente ao aposentado Vitor Veras, 74 anos, que mora com a mulher e os três netos. Embora a casa dele tenha uma estrutura melhor que a de dona Simone (usou telha romana e madeira mais resistente que o eucalipto), o vendaval arrancou metade das telhas.

Emergencialmente substituiu a telha por uma lona plástica comprada pela filha, Valquíria Barbosa, residente no lote 21 do mesmo assentamento. Na casa do presidente da Associação do Assentamento, Artemio Benitez, o vendaval arrancou a cobertura de dois quartos (de telha romana) e da varanda (de Eternit). “Conseguimos colocar Eternit para quebrar um galho”, informa a filha do senhor Artemio, Rosangela Rodrigues.