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Sidrolandia

Energisa eleva dívidas em quase 400% com a Enersul

A Enersul tem dívidas que totalizam meio bilhão – R$ 502,7 milhões -, sendo R$ 55,3 milhões em curto prazo e R$ 447,4 milhões a longo prazo

Correio do Estado

22 de Setembro de 2014 - 07:56

O Grupo Energisa aumentou em quase 400% as dívidas da Enersul (Empresa Energética de Mato Grosso do Sul) para concretizar a aquisição – que foi paga com valor simbólico de R$ 1 - da distribuidora de energia que atende 690 mil consumidores sul-mato-grossenses. Agora, a Enersul deve meio bilhão de reais ao mercado. Este crescimento da dívida foi impulsionado pela emissão, em maio deste ano, de R$ 400 milhões em debêntures (título que garante empréstimos).

De acordo com relatório para acionistas emitido pelo Energisa, tendo como base o dia 30 de junho, a Enersul tem dívidas que totalizam meio bilhão – R$ 502,7 milhões -, sendo R$ 55,3 milhões em curto prazo e R$ 447,4 milhões a longo prazo. Destes débitos a longo prazo entram os debêntures que totalizavam em junho deste ano R$ 397,2 milhões, com vencimento em 2021 e emitidos em maio para gerar recursos à Enersul. Estes títulos têm como base de remuneração o CDI, acrescido de 2,28% ao ano, e carência de 24 meses.

Dos débitos em curto prazo, R$ 54,7 milhões são referentes a empréstimos, financiamentos e arrendamentos e outros R$ 600 mil de encargos de dívidas, acumulando R$ 55,3 milhões.

Desta dívida de R$ 502,7 milhões, a Enersul deve R$ 115,4 milhões a Eletrobrás, bancos e ao Tesouro Nacional. São R$ 58,775 milhões para a Eletrobrás; R$ 1,369 milhão ao Banco Safra; R$ 41,188 milhões ao HSBC (foi liquidado em julho deste ano); R$ 64 mil ao HP e R$ 579 mil ao Banco Volkswagen. Ao Tesouro Nacional (a dívida é em moeda estrangeira) são devidos R$ 13,436 milhões, de acordo com relatório.

O valor devido à Eletrobrás será pago entre junho do próximo ano até maio de 2022, corrigido pela Ufir e taxa de juros entre 6% e 8% ao ano, sendo que a garantia é a receita da Enersul. Nos bancos Safra e Volkswagen, os empréstimos foram assegurados por meio de alienação fudiciária, com os pagamentos entre 2015 e 2016. Nestes casos a taxa de juros varia de 8% ao ano, no Safra, chegando até 22,71% ao ano no Volkswagen. No caso do Banco HSBC, o pagamento previsto era em setembro de 2016, mas a Energisa informou aos acionistas que a Enersul liquidou em julho de 2014 este empréstimo, data posterior à emissão do documento.

Ao Tesouro Nacional o pagamento será em abril de 2024, com taxas de juros de 1,37% ao ano para R$ 5,489 milhões e 8% para R$ 7,947 milhões, esta variação ocorre por causa do uso de indexadores diferentes. Do valor total da dívida foram abatidos R$ 26,8 milhões, referentes à disponibilidade financeira no documento apresentado aos acionistas.

Energisa eleva dívidas em quase 400% com a Enersul