Logomarca

Um jornal a serviço do MS. Desde 2007 | Terça, 23 de Abril de 2024

Política

Eleição atípica, campanha morna e torcida de Setores do PMDB pela vitória de Delcidio no 1º turno

A falta de empolgação com o processo eleitoral é evidente, assim como o pouco interesse demonstrado até aqui pelo governador André.

Redação

22 de Setembro de 2014 - 09:39

Daqui a 13 dias (contados a partir desta segunda-feira) o eleitor vai às urnas para votar de deputado estadual a presidente da República, mas em Mato Grosso do Sul o que se vê é uma campanha morna, quase invisível, com reclamações generalizadas da falta de recursos, embora os candidatos tenham declarado na primeira prestação de contas, investimento de R$ 31 milhões, o mais alto do País em termos proporcionais (R$ 17,00 por eleitor).

A falta de empolgação com o processo eleitoral é evidente, assim como o pouco interesse demonstrado até aqui pelo governador André Puccinelli de eleger o candidato do seu partido, o PMDB, Nelson Trad Filho. A prioridade de André e do seu staff mais próximo é eleger senadora, a vice-governadora Simone Tebet.

Praticamente todo o alto escalão andrezzistas além de estar fora da campanha de Nelsinho, tem trabalhado não só pela vitória do senador Delcídio do Amaral, mas que ele seja ainda no primeiro turno. Esta possibilidade dependeria hoje do petista avançar mais quatro pontos nas intenções. Pelo menos é o que tem mostrado as  últimas pesquisas divulgadas.

Eleição atípica, campanha morna e torcida de Setores do PMDB pela vitória de Delcidio no 1º turnoNas conversas que tem mantido com as delegações políticas que vão a Campo Grande em busca de orientação, o governador tem revelado sistematicamente que seu interesse maior é a eleição de Simone. Se não faz muita questão da vitória de Nelsinho, André sob nenhuma hipótese gostaria de assistir o triunfo do tucano Reinaldo Azambuja, a quem não perdoa por ter rompido em 2012 a aliança histórica PSDB/PMDB em Campo Grande, o que abriu caminho para a derrota histórica do seu candidato, Edson Giroto, na eleição municipal.

Especula-se que num eventual governo de Delcídio alguns dos atuais  secretários (Edson Giroto, secretário de Obras, Jader Julianelli, de Fazenda) poderão ser mantidos nos cargos. Se aparentemente esta “aliança branca” André/Delcidio, pareça surreal, é preciso recordar a eleição de 2010, o PMDB (pelo menos a parcela ligada ao governador) fez campanha aberta para o senado na dobradinha Delcidio/Moka, em detrimento do “aliado”, o então  vice-governador Murilo Zauith, que teve com cabo eleitoral quase solidário, o então prefeito da capital, Nelson Trad Filho.

Eleição atípica, campanha morna e torcida de Setores do PMDB pela vitória de Delcidio no 1º turnoO eventual fracasso eleitoral de Nelsinho não pode ser atribuído apenas a um suposto “acordão” de André com Delcidio para o petista tornar-se governador. O fiasco também tem de ser creditado na conta do ex-prefeito, que demorou demais para iniciar sua campanha. Ele continua sendo praticamente um desconhecido da militância peemedebista no interior do Estado, onde sua campanha ainda não começou.

Sidrolândia é um exemplo deste comportamento tímido, expressão de uma certa falta de apetite para buscar o voto do eleitor. Além de ainda não ter visitado a cidade (embora fique a 60 quilômetros da capital), o candidato do PMDB não disponibilizou estrutura para que as lideranças locais, até pela rivalidade histórica com o PSDB, saíssem em campanha por Nelsinho. O sentimento generalizado entre elas é de orfandade.

A candidatura a deputado do ex-prefeito Daltro Fiuza, não ajudou muito a alterar este cenário. Parte do grupo alinhado com Daltro faz campanha para o senador Delcidio. Em compensação, setores do PDT, partido que está coligado com o PT, para o Senado, estão fazendo campanha para a vice-governador Simone Tebet, que voltará a cidade na quarta-feira, participar de reuniões políticas.