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Policial

Denúncia da mãe foi fundamental, diz delegado sobre caso de servidor

12 vítimas já foram identificadas, mas a polícia não descarta que a ação de Silva tenha chegado a centenas de menores

Dourados News

20 de Outubro de 2014 - 15:59

A prisão do servidor municipal Jeferson Porto da Silva, 33, acusado de aliciar e incentivar a prostituição de menores de idade em Dourados, só foi possível graças a denúncia de uma mãe que desconfiou das atitudes do filho e acabou descobrindo toda a situação.

Isso foi o que destacou o delegado regional da Polícia Civil, Antônio Carlos Videira, alertando para a necessidade dos pais ficarem atentos às atitudes e também ao uso dos filhos com as redes sociais.

“A mãe desconfiou, foi averiguar e acabou descobrindo a situação que envolvia o filho e o acusado. Se não fosse a vigilância dela, a ação dele seria bem mais difícil de ser descoberta. Os pais precisam ficar muito atentos aos filhos hoje em dia. As redes sociais são ferramentas muito utilizadas pelos criminosos, então é preciso zelo, cuidado”, alertou o delegado.

Casos deste tipo têm quase nenhum registro em Dourados, porém não significa que não aconteçam. Muitas vezes, a falta de denúncias faz com que situações semelhantes acabem não chegando à polícia, o que impede também que os criminosos sejam punidos.

Casos do tipo são ‘raros’ em Dourados

O mais recente do gênero em Dourados aconteceu em novembro de 2009, quando o advogado Antonio Amorim Filho, 53, foi detido acusado de pedofilia. Filho inclusive foi condenado em 2010 a mais de 42 anos de prisão.

A polícia chegou até ele após uma psicóloga representante do Conselho Municipal de Enfrentamento a Violência Sexual do MPE (Ministério Público Estadual) receber uma denúncia anônima com alguns dos filmes com conteúdos pedófilos produzidos pelo próprio advogado. Na época, policiais encontraram na casa dele mais de 200 CDs e DVDs com materiais pornográficos, cinco computadores, além de alguns objetos eróticos e estimulantes sexuais.

As vítimas do advogado tinham entre 13 e 16 anos e uma delas era parente da ex-esposa dele. Quando foi preso, Silva confessou o crime de pedofilia, alegou ser apaixonado por uma das vítimas, disse que há 10 anos sentia desejos por crianças e que desde 2008 tinha relações sexuais com menores. Ele está preso desde 2010 na Phac (Penitenciária de Segurança Máxima Harry Amorim Costa).

O caso

Jeferson Porto da Silva foi preso ontem após dois meses de investigações. Segundo apontado pela Polícia Civil, ele aliciava menores por meio de redes sociais e os incentivava a manter relações sexuais com ele, que chegava a pagar R$ 30 pelos ‘programas’. O acusado utilizava, ainda de acordo com a polícia, perfis falsos se fazendo passar por mulher para atrair meninos de 14 anos de idade ou mais. Além disso, sendo portador do vírus HIV, ele teria convencido vários menores a manter relações sexuais sem uso de preservativo.

12 vítimas já foram identificadas, mas a polícia não descarta que a ação de Silva tenha chegado a centenas de menores. Por isso, há uma ‘convocação’ para que aqueles que tenham sido vítimas do servidor se apresentem na delegacia do 1º Distrito Policial para ajudar no andamento das investigações, que continuam.