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Sidrolandia

OAB/MS promete rigor para apurar conduta de guardas que prenderam PM

A ACS quer que os agentes sejam denunciados por tortura, lesão corporal e constrangimento ilegal

Assessoria de Imprensa

24 de Novembro de 2014 - 08:45

A OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil) prometeu rigor e isenção para apurar a conduta dos guardas municipais que, na última semana, agiram com truculência e prenderam um soldado da Polícia Militar próximo a Feira Central, em Campo Grande. Na manhã de sexta-feira (21), o presidente da entidade, Júlio Cesar Souza Rodrigues, garantiu que vai acionar a Comissão de Direitos Humanos para acompanhar o caso.

“Vamos abrir um procedimento para apurar com rigor e imparcialidade este caso. Vou pedir urgência na análise”, afirmou Júlio, que se reuniu com o presidente da ACS (Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar de Mato Grosso do Sul), Edmar Soares da Silva.

A ACS quer que os agentes sejam denunciados por tortura, lesão corporal e constrangimento ilegal. Edmar também oficiou o Procurador-Geral de Justiça, Humberto de Matos Brittes, e solicitou o acompanhamento do caso por um membro do MPE (Ministério Público Estadual), além da denúncia de todos os guardas municipais envolvidos na ação.

Segundo o presidente da ACS, o município também deve ser responsabilizado, bem como a direção da Guarda Municipal, “que colocou nas ruas homens totalmente despreparados a serviço do município”.

No início desta semana, Edmar classificou a ação como “desastrosa” e “desnecessária”. “Mesmo desarmado, esse bando agiu desta forma. Imagina se estivessem com armas? Temos que repensar o armamento da Guarda Municipal, pois, se com um policial militar preparado eles foram covardes, o que não fariam armados com um cidadão comum?”, criticou.

O caso – O policial, um soldado lotado no 1º Batalhão, relatou ter sido abordado pelos guardas, que buscavam por drogas e armas, próximo a Orla Ferroviária. Ele diz ter se identificado como PM e alertado os agentes sobre as abordagens realizadas ali. “Indaguei sobre a segurança dos mesmos, por estarem realizando aquele tipo de abordagem, pois se houvesse reação por parte de um indivíduo armado que não fosse policial, poderia culminar num final trágico”, descreveu.

Ele seguiu para a Feira Central com um amigo e, ao voltar, teria sido novamente abordado. “Sem motivo aparente, cerca de 20 guardas municipais nos atacaram, nos derrubando no chão. Um dos guardas me estrangulou, enquanto os outros gritavam ‘apaga ele’”, relatou. O policial chegou a ficar inconsciente e foi levado pelos agentes para a Delegacia, sendo acusado de ameaça e desacato.

Os guardas, por outro lado, alegaram que foram desacatados e que o policial sacou a arma durante a abordagem. “[Os guardas] solicitaram a parada para realizarem abordagem, momento em que [o policial] novamente se identificou como policial tentando sacar sua arma, sendo a ação impedida pelos Guardas, o qual ofereceu resistência, sendo necessário o uso de algemas”, narram os guardas em trecho o boletim de ocorrência registrado na 1ª DP.