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Sidrolandia

Estudante de MS desenvolve sistema para ajudar no controle da leishmaniose visceral

SIGLeish amplia ainda a capacidade de controle da doença, pois permite armazenar dados não apenas da ocorrência em humanos, mas também em cães

Correio do Estado

24 de Novembro de 2014 - 13:25

Aluna do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS), em Corumbá, Rayana Aparecida Ayala Batista, de 18 anos, conseguiu concluir neste ano o desenvolvimento de um software com o objetivo de reunir o maior número de dados relevantes para o controle da leishmaniose visceral. Os estudos começaram em 2011. 

De acordo com a jovem, o software, que recebeu o nome de SIGLeish, propicia uma melhor tomada de decisão ao profissional que trabalha para controlar os casos, pois ele consegue visualizar a área em mapa. O SIGLeish amplia ainda a capacidade de controle da doença, pois permite armazenar dados não apenas da ocorrência em humanos, mas também em cães. Além disso, identifica e contabiliza o número de armadilhas para a captura do mosquito vetor da doença.

“Ele faz o cadastro com todos os dados necessários. Hoje, existe somente o quantitativo de casos em humanos e não em cães. Então esse gerenciamento acaba tendo uma lacuna”, observou Rayana. Ela já disponibilizou o software para a Prefeitura Municipal de Corumbá, que deve começar a usá-lo, em fase de testes, ainda no final deste ano.

Rayana chegou recentemente da cidade peruana de Trujillo, onde foi credenciada para apresentar o projeto em uma feira científica na Espanha. A proposta é, depois de cumprir alguns trâmites legais e a fase de testes, disponibilizar gratuitamente o software para municípios em todo o País.

A doença

De acordo com o Ministério da Saúde, a leishmaniose visceral era, primariamente, uma zoonose caracterizada como doença de caráter eminentemente rural. Mais recentemente, vem se expandindo para áreas urbanas de médio e grande porte, e se tornou crescente problema de saúde pública, sendo uma endemia em franca expansão geográfica. É transmitida ao homem pela picada de fêmeas do inseto vetor infectado.

É uma doença sistêmica, caracterizada por febre de longa duração, perda de peso, entre outras manifestações. Quando não tratada, pode matar, em mais de 90% dos casos. Na América Latina, dos casos registrados, 90% ocorrem no Brasil. Em média, cerca de 3.500 casos são registrados anualmente.