Mesmo com economia enfraquecida, indústria fecha 2014 com crescimento de 12,7%

Com cenário econômico marcado pelo aumento dos juros, inflação acima do teto, menor crescimento do consumo e produção industrial em ritmo lento, o setor industrial de Mato Grosso do Sul conseguiu fechar 2014 com crescimento nominal do PIB (Produto Interno Bruto) de 12,7% em relação a 2013, saltando de R$ 12,6 bilhões para R$ 14,2 bilhões, conforme levantamento do Radar Industrial da Fiems. Além disso, em 2014, o faturamento das indústrias obteve montante de R$ 35,3 bilhões contra R$ 33,7 bilhões do ano anterior, ou seja, alta de 4,7%, enquanto as exportações de produtos industrializados fecharam 2014 em US$ 3,62 bilhões contra US$ 3,57 bilhões de 2013, isto é, avanço de 1,4%.

Já no caso de estabelecimentos industriais instalados neste ano um amento de 1% com relação ao ano passado, saindo de 11.600 em 2013 para 11.720 indústrias em 2014, enquanto o total de trabalhadores fechou em queda de - 1,7%, caindo de 141.149 no ano anterior para 138.700 neste ano, um resultado influenciado pelas demissões ocorridas na indústria da construção civil, especialmente, em Três Lagoas por conta da paralisação das obras da fábrica de nitrogenados da Petrobras.

Segundo o presidente da Fiems, Sérgio Longen, 2014 foi um ano de números positivos com efeitos negativos. “Nós entendemos que caminhamos com números até razoáveis, porém já preocupantes, até porque a indústria nacional não vai bem e, na sequência, o setor no nosso Estado também vai nessa direção. Agora, o nosso grande desafio é manter esses investimentos planejados para 2015 para que, desta forma, em uma ação bem coordenada, a gente consiga manter esses investimentos nos municípios, manter a qualificação profissional para atender as empresas instaladas ou que pretendem se instalar, e, dessa, forma sejam competitivas”, disse.

Ele acrescenta que, do jeito que nós temos hoje tantas regras e burocracia, se cria uma dificuldade muito grande para o setor e algumas empresas, muitas vezes, vão embora ou simplesmente, com o tempo, abandona o seu planejamento. “Quer seja uma dificuldade na liberação de um financiamento, quer seja na concessão de um licenciamento ambiental ou até de um alvará. De um modo geral, o poder público e o setor privado podem resolver esse tipo de gargalo com mais agilidade e muito planejamento”, declarou.

Apoio integral

Sérgio Longen destaca ainda que os constantes esforços promovidos pelo Sistema Fiems, composto por Sesi, Senai e IEL, no apoio ao desenvolvimento da atividade industrial no Estado contribuíram para o desempenho positivo do setor em Mato Grosso do Sul. Apenas de 2007 a 2013, foram investidos em obras de reforma, modernização, ampliação e construção de unidades do Sesi e Senai no Estado algo em torno de R$ 176,6 milhões, enquanto somente neste ano de 2014 foram aplicados mais R$ 63,8 milhões, totalizando no período mais de R$ 240,4 milhões em 65 obras distribuídas por todas as regiões de Mato Grosso do Sul.

Foram inaugurados neste ano as obras dos CISSs (Centros Integrados Sesi e Senai) de Naviraí e Aparecida do Taboado, enquanto o CISS de Maracaju será inaugurado no próximo dia 19 de dezembro. Além disso, foram entregues o novo bloco com oficinas para construção civil e oficina mecânica diesel do Senai de Corumbá e inauguradas as bibliotecas da Indústria do Conhecimento do Sesi em Ladário, Coronel Sapucaia, Antônio João, Sonora e Bela Vista, totalizando, em 7 anos, 41 unidades em 37 municípios.

Ainda estão em execução inúmeras obras em diversos municípios do Estado, sendo que em Campo Grande estão em construção os novos blocos do Senai de Campo Grande, a reforma e ampliação do prédio que abriga o Sesi e a Incubadora Sindical de Campo Grande e contará com a sede do IEL da Capital e a reforma da Nova fachada do Edifício Casa da Indústria. Em Sonora está sendo edificada a nova Agência de Formação Profissional do Senai, enquanto em Três Lagoas está em andamento a ampliação do Senai e a construção do Novo Sesi.