Açúcar: Produção deve diminuir 7% em 2014/15, estima UNICA

A União da Indústria de Cana-de-açúcar (UNICA) revisou a estimativa de moagem no centro-sul brasileiro para 567 milhões de toneladas neste ciclo, ante projeção anterior de 545,89 milhões de toneladas em agosto. Ainda assim, o número representa um declínio de 5% ante o produzido em 2013/14, que foi de 597,06 milhões de toneladas.

A produção de açúcar deve encerrar o ciclo com queda de 6,9% ante o anterior, totalizando 31,9 milhões de toneladas. A UNICA também prevê, consequentemente, redução de 2,5 milhões de toneladas nas exportações de açúcar em 2014 frente a 2013. A China continua como o principal destino da commodity.

Segundo o diretor-técnico da entidade, Antonio de Pádua Rodrigues, não existe uma safra igual a outra. "Eu diria que, nos últimos 25 anos, não houve safra com condições tão diferentes quanto essa", afirmou em coletiva de imprensa nesta manhã.

A redução na oferta se deu, em grande parte, devido às condições climáticas desfavoráveis no início deste ano - pois de dezembro a abril é que a cana se desenvolve. "Mais de 70% da lavoura depende das condições climáticas desse período", completou Pádua, que ainda frisou que o problema dessa safra concentrou-se em São Paulo.

Em relação à próxima safra, plantou-se muito pouco. "Provavelmente a condição climática foi a principal razão, mas talvez também a condição financeira pode ter auxiliado na redução".

De acordo com a presidente da UNICA, Elizabeth Farina, que falou sobre políticas públicas ao setor, a proposta de aumento do anidro na gasolina já foi sugerida há um ano e vai aumentar a demanda pela produção de etanol. Segundo ela, outras medidas também foram pleiteadas junto ao governo.

"A UNICA fez um esforço grande e bem sucedido para colocar a indústria sucroenergética no debate político", avaliou. Ela afirma que a entidade sugeriu medidas de prazo longo ao setor alcooleiro, embora, durante o ano, também tenha levado propostas menos estruturantes, mas que pudessem dar tranquilidade em curto prazo aos produtores. "Há muita esperança e pouca realização", concluiu.