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Policial

Mulher grávida declarada clinicamente morta está sendo mantida viva contra a vontade dos pais na Irlanda

A mulher tinha sofrido uma lesão interna resultante de um coágulo de sangue e foi transferida para uma unidade especializada em Dublin, há duas semanas

O Globo

19 de Dezembro de 2014 - 10:05

Uma mulher grávida, declarada pelos médicos com morte cerebral, está sendo mantida em suporte de vida contra a vontade de seus pais para que seu filho de 16 semanas tenha uma chance de sobrevivência. De acordo com o jornal “Irish Independent”, os pais da mulher expressaram seus desejos de desligar a máquina de suporte de vida de sua filha. O pedido foi negado pelos médicos com base em uma emenda constitucional da República da Irlanda, que dá o direito de status igual às mães e às crianças que ainda não nasceram.

A emenda afirma: “O Estado reconhece o direito à vida do nascituro e, com o devido respeito ao direito à vida da mãe, garantias em suas leis de respeitar, e, na medida do possível, por suas leis para defender e reivindicar esse direito”.

A mulher tinha sofrido uma lesão interna resultante de um coágulo de sangue e foi transferida para uma unidade especializada em Dublin, há duas semanas. Os médicos de lá não conseguiram reanimá-la.

Ela foi então transferida de volta para o hospital que foi originalmente admitida, que agora está buscando um parecer jurídico sobre se ele pode deferir o pedido do pai e desligar o suporte de vida.

Fontes citadas pela imprensa irlandesa dizem que os pais da mulher também estão considerando entrar com uma ação legal contra a decisão de não desligar o suporte de vida. Se o caso alcançar tribunal, o estado teria de ser envolvido, a fim de representar o feto.

Um especialista em direito médico irlandês, Adam McAuley, disse que o mais provável seria que o Alto Tribunal de Dublin determinasse se a mulher vai ser mantida viva artificialmente até que o bebê possa nascer.

“A lei não é clara, e quando há conflito, a questão terá de vir perante o tribunal”, afirma McAuley ao “The Independent”.