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Policial

Traficantes tomam conta de bairro na Capital e polícia diz que "falta tempo" para agir

A situação foi denunciada por leitores do Jornal. Nas esquinas, onde os grupos ficam a espera de um novo cliente, é possível identificar adolescentes e crianças

Midiamax

19 de Dezembro de 2014 - 10:13

As esquinas da Rua dos Topógrafos no Jardim Centro Oeste, identificado pelos moradores como parte do Bairro Mário Covas, na região sul de Campo Grande, são cada vez mais procuradas por traficantes que fazem de cada cruzamento um ponto de comercialização de drogas. Sem a presença de policiais, as vendas acontecem à luz do dia. Conforme o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Valter Godoy Rojas, “falta tempo” para o policiamento preventivo na área.

A situação foi denunciada por leitores do Jornal. Nas esquinas, onde os grupos ficam a espera de um novo cliente, é possível identificar adolescentes e crianças. Os comerciantes afirmam que os mais novos são aliciados pelos traficantes e induzidos a aceitar o jeito “fácil” de ganhar dinheiro. “É complicado porque a gente vê que é gurizada que está vendendo droga”, disse o proprietário de um estabelecimento comercial.

No cruzamento com a Rua Catiguá a câmera de videomonitoramento não é suficiente para inibir o tráfico de entorpecentes. “A cada esquina é um grupo diferente. A câmera não funciona, é só de enfeite. Se funcionasse eles não agiriam dessa forma”, ressaltou.

A proprietária de uma loja no bairro afirmou que a situação é alarmante. Vários comércios foram depredados e segundo ela, açougues, mercados e até mesmo igrejas fecharam as portas por conta da ação dos traficantes. “Eles estão aterrorizando a todos. Quebram tudo. Fecho as portas do meu estabelecimento às 19 horas porque não dá pra ficar depois disso”, relatou.

A comerciante disse que a situação prejudica inclusive as vendas. “Eles ficam na frente das lojas e os clientes ficam com medo de entrar”, declarou. Embora o problema seja confirmado, ainda há quem considere viável permanecer no local. “Comercialmente falando compensa”. disse o dono de uma loja.

Os moradores também consideram a situação preocupante. “É desesperador. Eles ficam fumando maconha e vendendo drogas em todas as esquinas. Quebram as luzes dos postes para deixar a rua escura e poderem agir. Denunciamos e a polícia não faz nada”, lamentou.

Em contato com o comandante-geral da PM, ele alegou que não tinha conhecimento sobre a situação e afirmou que não é possível atender a todas as ocorrências. “A demanda é muito grande e muitas vezes não sobra espaço para fazer o policiamento preventivo. Nos tornamos polícia reativa, atendemos a ocorrência, mas a polícia não fica empenhada para o efetivo. Vou determinar que o posicionamento seja intensificado a partir de hoje”, assegurou.